Mete proposta pela ONU é reduzir em 50% o número de acidentes de trânsito no Brasil até 2020. Foto: Divulgação

Uma viagem de carro nesta época requer atenção redobrada dos motoristas, por causa do maior fluxo, das condições das estradas e da imprudência de alguns viajantes. Confira como estão as rodovias federais que cortam a capital

Falta de acostamento, buracos, sinalização apagada. São muitas as armadilhas nas rodovias que ligam o Distrito Federal às outras unidades federativas. O Correio percorreu 568,6 km dos trechos mais próxiFamos de Brasília, nessa semana. Alguns pontos exigem muita atenção do motorista para evitar acidentes.

A BR-020 começa em Brasília e termina no Nordeste, em Fortaleza. Além disso, a pista dá acesso a lugares procurados pelos brasilienses como Alto Paraíso (GO) e Unaí (MG). Até Formosa (GO), a rodovia é duplicada e tem acostamento. A qualidade do asfalto é satisfatória. As sinalizações são legíveis. Mas, de Formosa a Posse (GO), a pista está ruim, como constatou o motorista Wellington de Sousa, 43 anos. “Depois de Formosa o asfalto é de má qualidade e aumentam as ultrapassagens perigosas”, alertou.

Outra rodovia com defeitos é a BR-070, que dá acesso às goianas Águas Lindas, Pirenópolis, Corumbá e termina em Cáceres (MT). No Km 1, ao lado da Barragem do Descoberto, sentido Brasília, a uma instabilidade na margem, pois, no dia 6, ocorreu um deslizamento de terra que deixou esta parte interditada. Neste ponto, o motorista precisa redobrar a atenção e trafegar com cautela.

No Km 16, após Águas Lindas, a pista não é duplicada, o que exige maior precaução. Na comunidade do Girassol, muitas pessoas, a pé e sobre bicicletas, atravessam a pista o tempo todo. Em função de obras, no acesso a Cocalzinho, os motoristas precisam usar um desvio, com buracos no asfalto.

Velocidade

Na BR-060, o maior risco está na imprudência de alguns motoristas, que abusam da boa qualidade da pita duplicada para andar acima do limite de velocidade. A pista é duplicada de Brasília a Rio Verde (GO). O fluxo de caminhões é mediano. As placas e faixas de sinalização estão em ótimo estado. Administrada por uma concessionária, tem uma praça de pedágio em Alexânia. A taxa para carros é de R$ 5,30 e para moto, R$ 2,65.

A equipe do Correio presenciou um acidente enquanto trafegava pela rodovia, sem vítimas graves. “Sempre acontece acidente, por se tratar de uma pista boa, os motoristas abusam da velocidade e acabam colocando em risco a si mesmo e aos outros. Mas isso acontece simplesmente por imprudência dos motoristas”, ressaltou o aposentado Henoque Nazário de Sousa, 67 anos, que trafega pela BR-060 todos os fins de semana.

Reparos

Assim como a BR-060, a BR-040 (Brasília-Rio) é administrada pela iniciativa privada. Há 11 praças de cobrança, espalhadas por Minas Gerais, e uma em Cristalina (GO). A tarifa de pedágio é de R$ 5,30 para veículos de passeio e R$ 2,65 para motocicletas.

Entre nas goianas Luziânia e Cristalina, há trechos duplicados, assim como entre Cristalina e a divisa com Minas Gerais. De Curvelo (MG) a Nova Lima (MG) a pista volta a ser duplicada. O último segmento duplicado fica entre Barbacena e Juiz de Fora, em Minas.

No Km 590, em Itabirito (MG), está sendo realizada a manutenção do sistema de drenagem nas margens da pista, com tráfego no sistema de mão dupla na pista sentido Rio de Janeiro. Motoristas devem dedicar atenção especial à sinalização de obras e a eventuais retenções de tráfego, principalmente nos horários de maior movimento.

Nos demais trechos, devido às intensas chuvas das últimas semanas, o trabalho de melhoria dos asfalto em diversos pontos do trajeto entre Brasília e Juiz de Fora (MG) está sendo intensificado. Os pontos com obras estão amplamente sinalizados, e o motorista deve ficar atento, pois podem ocorrer eventuais estreitamentos de pista e implantação de sistema “pare e siga”.

Desde que assumiu a concessão da rodovia, em 2014, a Invepar instalou mais de 24 mil placas e revitalizou 12 mil quilômetros de faixas de sinalização, incluindo visibilidade noturna. Também foram instaladas mais de 663 mil tachas refletivas (olhos-de-gato).

Prevenção

O presidente do Instituto de Segurança no Trânsito, David Duarte, ressalta a importância da manutenção do veículo, para evitar acidentes. “A primeira coisa a se fazer antes de viajar, é ter um carro revisado. Freios, luzes, parte de injeção eletrônica, calibragem dos pneus, devem estar em dia”, aconselha.

O mecânico Francisco Carvalho tem 15 anos de experiência. Segundo ele, os principais itens que precisam de revisão para que o motorista faça uma viagem tranquila são pneus, freios, suspensão, faróis e limpadores (parte elétrica). O custo de uma revisão simples dos cinco itens em um carro popular fica em R$ 800, em média. O valor inclui a mão de obra, a troca de pastilhas, troca de óleo, paleta do limpador de para-brisa, alinhamento e balanceamento, troca do filtro de óleo e ar-condicionado (caso tenha) e troca do filtro de cabine.

Para uma revisão mais completa, o motorista poderá desembolsar até R$ 3 mil, dependendo do estado do veículo. O valor inclui toda a manutenção simples, a mão de obra e acrescenta a troca dos pneus, troca da suspensão, e, caso necessário, reparos no motor. “Mas esses valores dependem do modelo do carro, da quilometragem, do ano e do estado de conservação em geral do automóvel”, explicou o profissional.

BR-020 (Brasília-Fortaleza):
– Duplicada até Formosa (GO)
– Até Formosa (GO), asfalto e acostamento em boas condições
– Sinalizações legíveis
– Não tem pedágio
– Carros em velocidade superior à permitida

BR-060 (Brasília-Goiânia):
– Duplicada até Rio Verde (GO)
– Asfalto e acostamento em boas condições
– Sinalizações legíveis
– Possui pedágio
– Carros em velocidade superior à permitida

BR-070 (Brasília-Ceres):
– Duplicada nos perímetros urbanos
– Asfalto e acostamento em boas condições
– Sinalizações legíveis
– Não possui pedágio
– Carros em velocidade superior à permitida e ultrapassagem em locais proibidos

BR-040 (Brasília-Rio):
– Duplicada até Cristalina (GO) e outros trechos dos estados de GO e MG
– Asfalto e acostamento em boas condições
– Sinalizações legíveis
– Possui pedágio
– Carros em velocidade superior à permitida

Fonte: Jornal Correio Braziliense