Uma equipe de fiscalização do Ministério do Trabalho abordou em Rio Verde-GO, no km 390 da BR 060, um veículo VW Gol, que realizava a escolta armada de 37 mil quilos de estanho, avaliada em mais de 2 milhões de reais. A carga vinha de Rondônia e estava sendo levada para o porto de Santos, de onde, posteriormente, segue para a Holanda.

Realizando a escolta, haviam três vigilantes, um de 31 e dois de 34 anos, que trabalhavam há sete dias, de maneira ininterrupta, em jornada exaustiva, na vigilância da carga e na direção do veículo. Eles dirigiam o dia todo e à noite, ainda precisavam se revezar na vigilância da carga. Todos eles são obrigados a dormir dentro do veículo Gol, não recebem adicional noturno e recebem pequeno auxílio alimentação. Dois deles, na verdade, estavam há 15 dias trabalhando sem parar, pois já vinham de uma outra viagem.

A PRF, juntamente com o Ministério do Trabalho, concluiu que tratava-se de um caso onde estava claro a agressão à saúde e à segurança dos trabalhadores, que recebem mensalmente R$ 1700,00 brutos para suportar tal jornada degradante, sem período de descanso e convívio social. A empresa, que tem sede em Goiânia, foi autuada por ambos os órgãos de fiscalização.

É bom lembrar que o art. 149 do Código Penal define que reduzir o funcionário à condição análoga à de escravidão é submetê-lo a trabalhos forçados ou jornada exaustiva, sujeitando-o à condição degradante ou reduzindo sua possibilidade de locomoção.