Acusado de corrupção e enxotado pela presidente Dilma Rousseff (PT) do Ministério dos Transportes, numa leva que incluiu o próprio ministro Alfredo Nascimento,o até pouco tempo desconhecido Luiz Antonio Pagot, ex-diretor geral do Departamento de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por pouco não recebeu uma honraria em Rondônia.

É que o deputado estadual Edson Martins (PMDB), líder do governador Confúcio Moura (PMDB) na Assembleia, “satisfeito” com o “brilhante trabalho” do ex-diretor do DNIT, responsável pela “boa manutenção” das rodovias federais em Rondônia, decidiu homenageá-lo com o título honorífico de honra ao mérito.

E ele não fez essa destacada ação sozinho. Contou com a colaboração do deputado estadual Lebrão (PTN), o mesmo que pediu banheiros em casas lotéricas, pois ele “borrou as calças”, quando fazia uma fezinha na mega sena.

Isso mesmo! Com a BR-364 precisando de reparos urgentes em vários trechos, com obras emperradas e intermináveis e vidas ceifadas quase que diariamente, em razão da falta de sinalização, de acostamento, de buracos e outros problemas, o então diretor do DNIT, ainda assim, iria ser homenageado pela Assembleia.

O projeto deu entrada na Casa no dia 12/04/2011, não passou por nenhuma comissão e foi retirado da pauta pelo próprio autor, durante a sessão desta terça-feira (04). Logo após ter a sua ‘pérola’ lida em plenário, Martins disparou:

“Peço o arquivamento desse projeto de minha autoria, senhor presidente”,disse, em voz baixa, miúda. Como era o secretário da sessão, o deputado estadual Euclides Maciel (PSDB) não titubeou e emendou: “Está de parabéns por sua decisão, deputado Edson”, disse, em tom de ironia, arrancando risadas incontidas dos demais deputados.

Lebrão não estava presente para pedir o arquivamento da honraria. Mas, é fato consumado, Pagot não vai mais ser homenageado pela Assembleia. Ele deve ter ficado triste.

Edson Martins é o líder do Governo na Casa e já andou se estranhando com o presidente Valter Araujo (PTB), a quem acusou de centralizador.

Outro fato curioso é que na escolha da Mesa Diretora, Martins se inscreveu nas duas chapas que disputaram o comando da Assembleia. O nome dele constava nas chapas encabeçadas por Valter (vencedora) e na de Jesualdo Pires (PSB). Como resultado da manobra atrapalhada, Edson Martins tomou uma sonora vaia dos presentes à solenidade de posse dos deputados estaduais.

As peripécias de Pagot no DNIT

Alvo de uma série de denúncias, que culminaram com a queda do então ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, além de mais de 20 integrantes do alto escalão do Ministério, Luiz Antonio Pagot tentou se manter no cargo, apesar das evidências contra a sua gestão.

Ele teria chegado a ameaçar “criar confusão para o Governo”, caso não fosse mantido no cargo, ou pelo menos no Ministério. Pagot resistia em deixar o cargo e lembrava ao Planalto sua dedicação e participação como arrecadador de campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010.

Não adiantaram as ameaças e ele foi “convencido” a deixar o Ministério, abrindo uma grave crise no Governo da petista Dilma, que tratou de fazer uma faxina no Ministério, envolto em uma enxurrada de escândalos de corrupção, superfaturamento e outras mazelas.