A Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo aposta em medidas simples para garantir maior segurança nas estradas e evitar a perda de equipamentos caros. Por isso sugeriu ao Inmetro, um sistema on-line para impedir a certificação de tacógrafos registrados em nome de outros.

O roubo de cronotacógrafos, a ‘caixa preta’ dos veículos automotores, é uma realidade em todo o território nacional. O aparelho é reconhecido mundialmente por ser capaz de reduzir acidentes nas estradas, pois registra velocidade, tempo e distância percorrida por um veículo em seu deslocamento. Seu uso é obrigatório, pelo Código de Trânsito Brasileiro, em caminhões de carga com peso bruto acima de 4,5 toneladas e em carros de passageiros com mais de 10 lugares.

O custo de um cronotacógrafo novo, ou apenas tacógrafo, como é mais conhecido, pode variar de R$ 1.200 a 7 mil. Por seu alto valor, é muito procurado no mercado paralelo. Como produto de roubo, o preço cai para 300 reais (em média) e tem entre seus principais compradores, usuários não adaptados à legislação.

Para inibir a prática ilícita, a FRESP – Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo – propôs uma solução ao Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, órgão que regulamenta e fiscaliza a utilização dos aparelhos. Com intuito de impedir a sua reutilização em outros veículos, a federação sugeriu a implantação de um sistema on-line, no qual as empresas pudessem noticiar o furto/roubo dos aparelhos.

”Sugerimos essa medida com o propósito de coibir o furto desse equipamento evitando gastos e para garantir mais segurança aos profissionais e passageiros do transporte profissional de pessoas por fretamento. Esperamos que com o tempo, não haja mais mercado para a utilização de produtos de roubo e que segmento possa trabalhar com mais tranquilidade”, destaca Regina Rocha, diretora executiva FRESP.

Após o pedido da FRESP, o Inmetro solicitou ao seu departamento de informática que desenvolva uma ferramenta adequada para o cadastro dos aparelhos roubados. O Instituto informou também que já existe em seu site uma opção que impede a certificação de cronotacógrafo com número de série já cadastrado, ou seja, um aparelho registrado em nome de uma empresa não pode ser inspecionado e selado por outra.

As empresas, que ainda não certificaram seus produtos, podem solicitar sua validação, via e-mail, pelo site www.inmetro.rs.gov.br/cronotacografo. “Estamos sempre atentos na busca de soluções simples que possam auxiliar os órgãos e as instituições numa melhoria contínua de processos. Temos acesso direto aos problemas do setor e os próprios empresários nos indicam formas para agilizar e desenvolver o trabalho de maneira cada vez mais assertiva. Sendo assim a FRESP se sente parte integrante e responsável por indicar novos caminhos”, completa a diretora.
Segurança garantida

O cronotacógrafo registra dados importantes em um disco de papel especial, colocado no aparelho abaixo do volante. No mercado já existem dois modelos de disco diagrama aprovados pelo Inmetro/Dimel. O primeiro registra o movimento do veículo por 24 horas e o outro por 148 horas. Ambos devem ser trocados após o período estipulado.

As informações armazenadas no pelo aparelho podem ser utilizadas legalmente ou em laudos técnicos, em caso de acidente ou denúncias de má condução do veículo. A verificação e a certificação periódicas realizadas pelo Inmetro visam inibir possíveis fraudes. Os equipamentos verificados são devidamente lacrados.