O diretor presidente da Rodonorte, José Alberto Moita, admitiu nesta terça-feira, durante depoimento na CPI DO PEDÁGIO DO PARANÁ, que a arrecadação da concessionária em 2013 chegará a R$ 600 milhões – o que daria uma média de R$ 1 milhão por quilômetro concessionado no Paraná.

Cerca de 72% da receita bruta da empresa é ligada ao caminhoneiro e a safra no Paraná. “Nossa atividade é de risco e quando as ferrovias paranaenses estiverem em melhor estado, possivelmente teremos queda na arrecadação”, justificou Moita.

Apesar da receita prevista, os investimentos feitos nas rodovias somam 20% do montante arrecadado. Até 2021, deverão ser investidos por força contratual R$ 1,2 bilhão, uma média de R$ 250 milhões por ano.

Entre os investimentos previstos estão a duplicação da BR-376, entre Ponta Grossa e Apucarana (prevista para 2015) e a duplicação da PR-151, entre Piraí do Sul e Jaguariaíva (que era para ter sido iniciada, mas foi postergada numa troca com a antecipação do Contorno de Campo Largo).

Já o Contorno de Campo Largo e o Contorno Leste de Apucarana já foram iniciados. “Optamos por antecipar a obra de Campo Largo por ter ali muitos acidentes registrados. A rodovia 151 é uma das mais tranquilas”, afirmou Moita.

A ordem de serviço para as obras de Campo Largo foi dada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) em abril de 2012. Em março do ano que vem, a Rodonorte inicia a construção do trevo de Mirandinha – que dá acesso a Jaguariaíva.

Questionado sobre a situação atual do pavimento nas rodovias pedagiadas pela Rodonorte, Moita informou que em muitos trechos existem fissuras e aquaplanagens por conta da chuva forte dos meses de junho e julho. Todos os reparos, desde então, estariam sendo realizados. “O pavimento é um ser vivo, ele praticamente respira!”, pontuou.

O presidente da CPI do Pedágio, Nelson Luersen, ouviu atentamente os argumentos da concessionária para inversão de obras e sugeriu que os empresários apostem no reequilíbrio contratual, com a antecipação de obras importantes – como as duplicações. “Os valores arrecadados crescem a cada ano. É justo que uma parte maior destes ganhos seja revertida para o próprio usuário, com duplicações e obras de arte”, ponderou.

A Rodonorte é responsável por 567 quilômetros de rodovias federais (66%) e estaduais (34%). O trajeto cruza 18 municípios, onde moram cerca de 2,6 milhões de paranaenses.