Campinas e Jaguariúna voltam a discutir a possibilidade de asfaltar a rota de fuga do pedágio existente entre as duas cidades, de nove quilômetros de extensão. Os 4,5 quilômetros dentro de Campinas passam pelos bairros rurais Carlos Gomes e Bananal. O prefeito eleito Jonas Donizette (PSB) disse ontem que quer a implantação de pedágio nesse acesso ao bairro Carlos Gomes, mas com tarifa liberada para motoristas com carros de Campinas e de Jaguariúna, o que descaracterizaria o uso da estrada como rota de fuga.

Transitar pela Rodovia Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros (SP-340) custa R$ 9,50 em cada sentido da pista, sendo que moradores de Jaguariúna, com carros licenciados naquela cidade e que trabalham em Campinas, têm desconto de 20%.

Embora a situação política de Jaguariúna esteja indefinida e a cidade não saiba quem será o prefeito enquanto não sair decisão judicial, Jonas tem conversado com o prefeito Gustavo Reis (PPS) sobre o assunto, e tem o apoio do político na tarefa. O prefeito eleito disse que, caso a Prefeitura de Jaguariúna fique com Tarcísio Chiavegato (PTB), também irá falar com ele, para que as duas cidades dividam o custo da pavimentação da estrada do Carlos Gomes.

Chiavegato, que já foi prefeito de Jaguariúna, sempre quis asfaltar a via, mas não encontrou apoio da então prefeita Izalene Tiene (PT) e nem do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT). Ele havia conseguido que uma empresa que explorava uma pedreira na cidade fizesse a obra em troca do direito de explorar, por mais dez anos, aquela pedreira. Atualmente, mesmo sem estrutura, a estrada vicinal (antiga estrada Campinas-Jaguariúna) é utilizada como forma de escapar da cobrança.

O asfalto em vicinais dentro da região, em rotas alternativas, já foi assunto discutido na Câmara Temática de Transporte do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (RMC), com a indicação aos prefeitos que viabilizassem acessos sem pagamento de pedágio. Jaguariúna tinha até 2008 para fazer a obra, quando então perdeu a concessão da exploração mineral.

Parte da estrada está dentro de uma área de 300 metros de bens tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (Condepacc). Isso não inviabiliza a pavimentação, desde que seja garantida a impermeabilização definida para a área. Mas o projeto precisará ser aprovado pelo Condepacc.