Mais um feriado nas estradas e desta vez termina no Dia de Finados, 2 de novembro. No feriado da Padroeira, previmos a morte de pelo menos 150 pessoas e 1.600 feridos nas rodovias de todo o país. Ambas as estimativas foram superadas pela dramática realidade. O que lamentamos profundamente.
Números devem se repetir
Nada indica que será diferente neste feriado, quando também serão três dias seguidos de descanso e 4 dias de operação das polícias rodoviárias. Nas rodovias federais, apesar da pandemia, alguns estados já registram mais mortes nos primeiros nove meses deste ano que no mesmo período de 2019.
Em Minas Gerais, por exemplo, morreram nas rodovias federais 468 pessoas de janeiro a setembro de 2019 e 510 em igual período em 2020, aumento de 9%. Nem mesmo a Covid-19 conteve a imprudência.
Média de mortos em 2019 foi superior a 100 por dia
Para que as pessoas entendam basta fazer um conta simples. A Seguradora Líder que administra o DPVAT pagou no ano passado 40 mil indenizações por morte, média de 109 por dia. Este ano, com a pandemia a Líder estima que 30 mil pessoas vão morrer no trânsito, 82 pessoas por dia.
Portanto, a nossa estimativa de 150 mortos nas rodovias brasileiras em quatro dias, representa menos da metade dos pelo menos 328 casos que o DPVAT permite estimar que vão morrer neste período.
Mais de 2000 inválidos por dia em decorrência dos acidentes
Em decorrência dos chamados acidentes de trânsito, pelo menos 500 pessoas ficam com invalidez permanente por dia. Logo serão provavelmente 2.000 em decorrência dos acidentes nesse feriado em todo país.
Mas por trás dos números estão pessoas, famílias destruídas, pais órfãos de filhos, que não aparecem nas estatísticas mas são mutilados da alma. Mais de 200 mil famílias vão chorar seus mortos ou sofrer com a invalidez permanente de um de seus membros somente em decorrência da violência no trânsito deste ano.
Não temos prazer em acertar previsões. No Dia de Finados já temos o pranto dos que nos deixaram por outras causas, como a pandemia, que já matou quase 160 mil brasileiros. Mas infelizmente teremos que acrescentar as lágrimas das vítimas de trânsito .Que Deus conforte as famílias e que tenha piedade dos que causaram os acidentes e tanto sofrimento por egoísmo, irresponsabilidade e imprudência.
Alguns desses criminosos do trânsito morreram mas muitos mataram e ainda estão entre nós. Na maioria dos casos ficarão impunes em virtude da fragilidade das nossas leis, para revolta dos familiares das vítimas. Mas não poderão se esconder da Justiça Divina e das próprias consciências, se tiverem.
Rodolfo Rizzotto – Coordenador do SOS Estradas
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