PRESERVAÇÃO: Passadores aéreos na ERS-040, em Viamão (RS) tem contribuído para a redução de atropelamentos de animais na rodovia. Empresa responsa´vel pela rodovia registrou queda de 70% no número de ocorrências, entre janeiro e abril deste ano. Foto: Edivan Rosa/EGR

Resultado – obtido entre janeiro a abril deste ano – é decorrente de instalação de passadores aéreos na rodovia

Medida de prevenção e preservação das espécies de animais como bugios-ruivos, ouriços, gambás e outros mamíferos tem surtido efeito positivo no Rio Grande do Sul, no que diz respeito a atropelamento de animais. Trata-se da instalação de passadores aéreos que foram instalados ao longo da ERS-040, em Viamão, pela pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), responsável pela rodovia.

Segundo a EGR, entre janeiro e abril deste ano, com base no registro oficial de atropelamentos de fauna, após a instalação dessas passarelas, foram registradas 80 mortes de animais. Para se ter uma ideia, no mesmo período de 2022, o número foi 262, ou seja, redução de 70%. Nesse mesmo período, a empresa registrou imagens dos animais utilizando as pontes de corda com familiaridade.

De acordo com a EGR, desde que foi implantado, em outubro de 2022, todo o processo de adaptação e utilização das pontes pelos animais tem sido acompanhado. As imagens captadas fazem parte da etapa de monitoramento de uso dos passadores pela fauna.

Mais segurança

Segundo o diretor-presidente da EGR, Luiz Fernando Záchia, ressalta que os dispositivos aumentam a segurança da rodovia para usuários e para as comunidades do entorno, mas principalmente mitigam o impacto ambiental ocasionado principalmente pelo atropelamento de animais. “Naquela região restam alguns trechos de cobertura florestal de mata atlântica e a presença de animais que vivem nas copas das árvores é muito grande. Assim, as medidas adotadas pela EGR visam a preservação deles, em especial o bugio-ruivo, ameaçado de extinção“, explicou.

Os especialistas do Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Nerf/Ufrgs) explicam que a fase ainda é de reconhecimento e adaptação da fauna às novas estruturas. É esperado que haja um aumento na aprendizagem dos animais com o passar do tempo, refletindo na diminuição dos atropelamentos.

De acordo com a gerente de engenharia da EGR, Camila Roberta Kohler, as pontes de corda estão instaladas em seis zonas críticas da ERS-040, entre o quilômetro 13 e o 16, no quilômetro 21 e entre o 39 e o 42, ambos em Viamão. “São estruturas específicas para animais que se deslocam pelas copas das árvores, oportunizando o deslocamento para que eles encontrem um caminho seguro para o cruzamento entre os dois lados da rodovia”, explicou.

MEDIDA ACERTADA: Medida de prevenção e preservação das espécies de animais como bugios-ruivos, ouriços, gambás e outros mamíferos tem surtido efeito positivo na ERS-040, no Rio Grande do Sul. Foto: Edivan Rosa/EGR

De acordo com o diretor-técnico da EGR, Luiz Fernando Vanacor, os usuários e os moradores participaram deste levantamento, respondendo às entrevistas realizadas nas áreas favoráveis à presença desses animais. “Os locais foram previamente vistoriados em conjunto com a equipe responsável pela instalação das pontes. Todo o processo continuará sendo acompanhado pela equipe especializada e servirá como base para a atualização dos dados e estudos“.

Vanacor acrescenta que esses pontos foram definidos a partir de estudos realizados por especialistas do Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Nerf/Ufrgs) e conferidos quando da elaboração do projeto. Os critérios considerados foram os registros de mortes de animais, o número de carcaças localizadas ao longo da rodovia, o monitoramento de especialistas, o mapeamento da vegetação florestal e, por fim, a identificação do bugio-ruivo nos ambientes marginais da estrada.

A equipe atua em conjunto com a STE – Serviços Técnicos de Engenharia na execução do projeto, que faz parte das ações do Programa de Proteção e Monitoramento de Fauna da EGR.