CONDENADO: O Tribunal do Júri da 2ª Vara Criminal da Comarca de Itajaí (SC) acolheu a denúncia do Ministério Público do Estado e o caminhoneiro Jeferson Alves Soares cumprirá pena de 14 anos em regime fechado pela morte de Sandra e tentativa de homicídio, na BR-101, em Penha (SC), em março de 2021. Foto: Divulgação/PRF

Jeferson Alves Soares dirigia sob efeito de entorpecentes e deve cumprir pena de 14 anos de reclusão em regime inicial fechado por homicídio e tentativa de homicídio, mais um ano de detenção pelos crimes de trânsito. Sentença foi dada nessa quinta-feira (9). Cabe recurso

O Tribunal do Júri da 2ª Vara Criminal da Comarca de Itajaí, em Santa Catarina, acolheu a denúncia do Ministério Público do Estado e o réu, o caminhoneiro Jeferson Alves Soares, de 37 anos, cumprirá a pena em regime fechado, pelo acidente (sinistro) no dia 6 de março de 2021, na BR-101, em Penha (SC).

Na ocasião, o gaúcho Jeferson Soares dirigia sua carreta Mercedes-Benz, placas INK-3983, de Camaquã (RS), sob efeito de uma mistura de substâncias entorpecentes conhecida como “rebite” (estimulantes) e cocaína na rodovia, sentido Rio Grande do Sul, quando atropelou um casal que trafegava pela via em uma motocicleta.

Sandra Aparecida Pereira, que estava na garupa, sofreu politraumatismo e acabou falecendo no dia seguinte, no Hospital Maternidade Marieta Konder Bornhausen. O motociclista, Anderson Antônio Pereira, marido de Sandra, se segurou na alça do retrovisor do caminhão, na tentativa de fazer com que o caminhoneiro parasse, buscando salvar sua vida, levou um soco, se jogou na estrada e conseguiu sobreviver ao acidente.

Várias pessoas testemunharam o sinistro, algumas tentaram fazer o caminhoneiro parar, inclusive enquanto Anderson tentava se salvar. O acusado seguiu arrastando a moto por quilômetros, sendo filmado pelas testemunhas e pelas câmeras da concessionária Autopista Litoral Sul, responsável pela rodovia.

Vídeo em rede social

Na noite anterior ao sinistro, Jefferson publicou em uma rede social um vídeo, visivelmente alterado pelo uso de drogas, ouvindo música em alto volume, cantando e, em alguns momentos, com as mãos soltas do volante da carreta. Jeferson assumiu o consumo constante de cocaína para se manter acordado ao dirigir.

A promotora Cristina Balceiro da Motta, da 8ª Promotoria da Comarca de Itajaí, defendeu a tese de homicídio simples, com dolo eventual, no caso da morte de Sandra, pois, ao dirigir sob efeito de drogas, Jeferson assumiu o risco de matar. Quanto ao caso de Anderson, foi confirmado o dolo direto, havendo a tentativa de homicídio, qualificado como meio cruel, pois ao esmurrá-lo e tentar fazer com que caísse, dizendo frases como “quer morrer?” e “Vai morrer!”, o caminhoneiro tinha a intenção de matar.

Foram acolhidas, também, as acusações quanto ao fato de que o homem feriu o Código Brasileiro de Trânsito ao dirigir sob o uso de entorpecentes e por negar socorro às vítimas.

A pena total foi fixada em 14 anos de reclusão em regime fechado, um ano de detenção em regime aberto, dois meses de suspensão da habilitação e 10 dias multas, fixadas em um trigésimo do salário mínimo vigente.

TRAGÉDIA: O casal Anderson e Sandra Pereira havia saído para um passeio com outro casal de amigos, quando a motocicleta em que estava foi atingida pela carreta, na BR-101, em SC. Sandra morreu no dia seguinte. Anderson teve ferimentos leves. Foto: Reprodução/Rede Sociais

O sinistro

A cena foi trágica. Era tarde de sábado do dia 6 de março de 2021, quando na altura do km106 da BR-101, em Penha (SC), o caminhoneiro Jeferson Alves Soares colidiu sua carreta Mercedes-Benz, cor branca, contra a traseira da motocicleta que era pilotada por Anderson Pereira, e tinha na garupa sua esposa Sandra Pereira. Na ocasião, Sandra ficou gravemente ferida, foi internada na UTI, e faleceu na noite de domingo (7).

No dia do sinistro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que, após a colisão, o caminhoneiro Jeferson não prestou socorro às vítimas e seguiu viagem. Imediatamente, Anderson conseguiu subir na cabine da carreta e, pelo lado de fora, tentou fazer com que o caminhoneiro parasse. Depois de percorrer 32 quilômetros, Jeferson finalmente parou a carreta, e foi retirado à força por populares, que o agrediram.

Com informações da Comunicação Social do MPSC

1 COMENTÁRIO

  1. Tem que ser punido veemente pelo que fez e não somente ele que outros que causaram isto até em maiores proporções sejam punidos que não é o caso.

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