Acidentes com ônibus e caminhões são consequência da exploração de motoristas profissionais

Com a campanha “Não seja vítima da escravidão sobre rodas! ”, o SOS Estradas, movimento que reúne especialistas em segurança viária ligados às entidades de vítimas de trânsito, pretende alertar a sociedade sobre as condições precárias de trabalho dos motoristas profissionais que causam tragédias nas rodovias e levam muitos ao uso de drogas.

Casos recentes e dramáticos nas rodovias brasileiras, envolvendo motoristas de caminhão e ônibus, representam a ponta de um iceberg onde dois fatores são preponderantes. Em primeiro lugar, o excesso de jornada dos motoristas e, paralelamente, a falta de fiscalização das condições desses condutores e dos veículos que conduzem.

Estudo realizado no passado pelo SOS Estradas apurou que, em 363 acidentes (sinistros) envolvendo um caminhão e um automóvel, morreram 17 ocupantes dos caminhões e 605 nos automóveis. Portanto, as condições de trabalho dos motoristas profissionais interessam a todos. Como consumidores, usuários das rodovias e cidadãos, não podemos fechar os olhos para a exploração dessa categoria.

No caso do transporte de passageiros, é fundamental que as autoridades acompanhem as condições de trabalho dos motoristas. Da mesma forma, os passageiros podem colaborar alertando os fiscais do poder concedente na rodoviária que o motorista apresentava sinais de fadiga ou dirigia em excesso de velocidade. A autoridade pode recolher as informações do cronotacógrafo, a caixa preta do transporte rodoviário, questionar o condutor ou realizar uma visita na empresa para averiguar o que está acontecendo.

Ao mesmo tempo, os usuários de transporte rodoviário de passageiros não devem usar transporte que não tenham absoluta certeza de que está legalizado. Preço baixo demais é um alerta de risco. Quando em viagem devem sempre afivelar o cinto de segurança e não aceitar viagens acima de 250 quilômetros sem parada.

No caso do transporte de cargas, a primeira responsabilidade é do dono da carga. Quem entrega a carga sem verificar as condições e documentação do veículo nem observa se o condutor está habilitado e com o exame toxicológico em dia, assume responsabilidade pelas consequências.

O embarcador, dono da carga, assim como a transportadora, não podem jamais exigir que o motorista chegue ao destino sem o descanso e paradas previstos em lei. Quanto mais que ande em excesso de velocidade.

O transporte rodoviário socialmente responsável depende de todos nós.

Participe dessa campanha e compartilhe o material nas suas mídias sociais e nas de empresas.

Inclusive, você pode colocar sua logomarca no material da campanha sem nenhum custo. Basta informar que o fez, enviando E-mail para [email protected].

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