Com apenas seis meses de existência, a concessionária Galvão Rodovia BR-153, que administra o trecho da BR-153 entre Anapólis (GO) e Aliança do Tocantins (TO) já está enfrentando uma crise que provocou a demissão de 400 funcionários, deixou a concessão restrita a obras emergenciais e de manutenção básica.

Tudo porque ainda não conseguiu ter acesso ao empréstimo ponte do BNDES, uma “ajudazinha” de R$ 800 milhões, com condições especiais, para fazer frente as primeiras obras e poder dar início a cobrança de pedágio. No total está previsto investimento de R$ 4,36 bilhões ao longo de 30 anos de concessão, portanto, média de R$ 145 milhões por ano. Curiosamente, a concessionária recebe R$ 800 milhões no primeiro ano como empréstimo, o equivalente a 5 anos e meio de investimentos. Parece um bom negócio, não é?

Apesar disso, a lamentação geral é de que a Operação Lava Jato está travando tudo, principalmente pelo número de empreiteiras envolvidas no escândalo.

O que parece que a matémática da concessão de rodovias começa assim, o Governo empresta o dinheiro em condições que o cidadão jamais conseguiria. Depois a concessionária faz as obras que permitem começar a cobrar o pedágio e só depois de um prazo de carência bem generoso e com o dinheito do pedágio é que a concessionária começa a pagar o empréstimo e realizar as obras previstas.

A concessão de rodovias federais, conta ainda com uma ANTT- Agência Nacional de Transportes Terrestres que não tem sido nenhum primor na fiscalização da concessão de rodovias no país, o que já tem motivado várias investigações do Ministério Público Federal.

O problema náo é da concessionária em questão mas da forma como são conduzidas as concessões de rodovias no país. E tudo fica ainda mais tenebroso, quando são cada vez mais frequentes as notícias de que está para ser detonado o escândalo do BNDES, que faria a Operação Lava Jato parecer uma brincadeira de criança.

As maiores beneficiadas com recursos do BNDES, principalmente na concessão de rodovias, são as empreiteiras. O Banco tem sido o sustentáculo de todo processo de concessão de rodovias no país. Um escândalo agora atingiria no coração o futuro da concessão no país. O que não seria nada bom, afinal, a concessão de rodovias ainda é a melhor solução para o país.