Já faz um mês da divulgação do recall conjunto entre a Ford e a empresa fornecedora de rodas Hayes Lemmerz e, pelo menos nas concessionárias de Belo Horizonte (e os gerentes acreditam que também no interior), ainda não houve procura pela realização do serviço. Em 29 de julho, as empresas anunciaram a constatação de um sério defeito, em um lote de rodas de aço 13 polegadas, que equipam o Ford Ka desde o ano/modelo 1997 ao 2003. Foi constatado que existe a possibilidade de fissura na região central da roda, com risco de sua quebra e consequente perda de dirigibilidade do veículo, o que pode resultar em acidente. Logo, a roda deve ser trocada.
O problema é que, ao contrário da maioria dos recalls, em que o defeito é constatado em peças que equipam originalmente o veículo quando sai da fábrica, todas as rodas que podem apresentar o defeito foram vendidas separadamente, como peças de reposição, em concessionárias autorizadas Ford. E, neste caso, não há como informar diretamente o cliente enviando cartas, como nos recalls tradicionais, pois, segundo a própria Ford, as concessionárias não têm registro dos clientes que compram peças nos balcões. Para complicar, apesar de o número de rodas comercializadas teoricamente ser pequeno, 621 em todo o Brasil, podem ter sido vendidas em um extenso período: de 1º de abril de 2010 a 27 de julho deste ano.
“Recebemos o comunicado da Ford, mas ainda não houve procura”, afirma o gerente de serviços da concessionária Forlan, Alexandre Nader. Ele confirma que o grande problema é fazer contato com o cliente, pois quando o componente é comprado como peça de reposição não é aberta uma ordem de serviço como nos casos em que o carro dá entrada na oficina. “Nesses casos, contatar o cliente por nota emitida é muito difícil”, completa o responsável pelo setor de garantia da oficina da concessionária Pisa, Paulo Henrique Oliveira. Nela também ainda não houve procura pelo atendimento ao recall.
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