Os empresários que possuem estabelecimentos comerciais ao longo da rodovia Raposo Tavares, no trecho entre os quilômetros 98 e 102 – onde estão sendo implantadas as vias marginais – reclamam da falta de informações e detalhes sobre o projeto, realizado pela Viaoeste. A obras seguem em ritmo acelerado, já que a previsão é de entrega de todas as pistas, entre o km 95 e km 105, no segundo semestre de 2011. Mas o que seria motivo de satisfação por parte dos comerciantes – já que intervenções mais rápidas geram menos transtornos – está causando incertezas. O temor, diante da falta de divulgação de detalhes do projeto por parte da concessionária, é que a obra termine com soluções, como acessos inadequados ou falta deles, que acabem por prejudicar as atividades comerciais.

Uma semana depois da realização de uma audiência pública para debater o tema, na Câmara Municipal, os empresários ainda clamam por informações. “É um absurdo porque, ao que parece, não teremos saída da nossa empresa para a marginal”, comentou o empresário Célio Albino Dal Belo, da Honisul Aramados, instalada na altura do km 101,5. “A gente não sabe como será o traçado, o que vai acontecer. Nós recebemos apenas uma carta padrão dizendo que a partir de certa data a Viaoeste estaria fazendo obras da região, que implicariam na necessidade de segurança redobrada na entrada e saída de veículos”, emendou Paulo Sérgio Ayub, da Saf Diesel.

A principal preocupação é com a localização das saídas e entradas entre marginal, pista expressa e os comércios. “Temos três empresas vizinhas que trabalham com caminhões. A entrada e saída deste veículos é constante. Se não tiver um acesso que contemple uma situação como essa, inviabiliza nosso negócio. A segurança de quem vai trafegar pela marginal também será conturbada. O motorista estará atrás de um caminhão, que terá quase que parar para entrar. Imagine o transtorno que será isso”, completou Ayub.

Reunião

O último encontro na tentativa de estreitar as conversas entre os órgãos responsáveis sobre o tema aconteceu na segunda-feira, numa reunião na sede da Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), em São Paulo, com a presença do vereador Hélio Godoy (PTB), representantes do deputado estadual Campos Machado, do mesmo partido, do empresário Márcio Baptista, diretor da concessionária Albap, e Hernano Silva, da Cargovel. Segundo Godoy, o grupo apresentou, aos técnicos da diretoria de operações, a necessidade de conhecer o projeto das marginais e da realização de um encontro entre Artesp, Viaoeste, Prefeitura de Sorocaba e empresários para debater detalhes do mesmo. “Nós vamos cobrar um plano de trânsito para entradas e saídas da cidade”, disse o vereador. “Eles nos prometeram um retorno nos próximos dias. Também fiquei sabendo que o secretário de Transportes já falou com o prefeito sobre o assunto”.

O grupo pediu ainda um plano de trânsito para o período em que o viaduto do km 100, de acesso ao Esplanada Shopping, permanecerá parcialmente interditado. “Precisamos disso para evitar acidentes e o isolamento daquela região”. Ainda segundo Godoy, os técnicos da Artesp sinalizaram que não tinham conhecimento de que a obra causaria tanto impacto, que possuem uma legislação a cumprir, mas se mostraram abertos à negociação para implantação de novos dispositivos. “Mas também sinalizaram que se tiver obras novas, fora do contrato, estas terão que ser autorizadas pelo governo do Estado. A nossa preocupação é que dê tempo de fazer estas intervenções enquanto o local ainda estiver em obras, para que estas não sejam concluídas com problemas”.

Questionada sobre as obras, com pedido de entrevista com um técnico responsável, para explicar detalhes sobre as intervenções na Raposo Tavares, a Viaoeste, por meio de sua assessoria de imprensa, sinalizou apenas que verificaria essa possibilidade. Entretanto, a concessionária fez questão de destacar que “o projeto foi divulgado, discutido e que áreas específicas da concessionária mantém contato frequente com as empresas localizadas na faixa de domínio, com as comunidades lindeiras, com órgãos públicos de Sorocaba, inclusive com o vereador Hélio Godoy, que já esteve na concessionária para conhecer o projeto”.

O vereador contesta a informação. “Essa declaração não é verdadeira. A comunidade não conhece o projeto, os viadutos, os acessos, esse projeto está fechado. Espero que não tenha nada de errado com ele, porque está guardado a sete chaves. Enjoamos de pedir essas informações à Viaoeste e eles não apresentaram”.