OMISSÃO: A falta de fiscalização do excesso de velocidade nas rodovias federais brasileiras é tema de estudo do SOS Estradas. Foto: Reprodução/Ilustrativa

Sob o título: “Ação de Bolsonaro contra radares aumentou mortes nas estradas, diz estudo“, trabalho aborda a falta de fiscalização do excesso de velocidade nas estradas brasileiras

O número de acidentes que resultam em morte nas rodovias federais brasileiras está diretamente associado à falta de radares móveis, portáteis e estáticos, aponta estudo que analisou o período seguinte ao despacho de Jair Bolsonaro, de 15 de agosto de 2019, que proibiu a fiscalização de velocidade pela Polícia Rodoviária Federal.

Intitulado “Indústria da multa ou fábrica de criminosos no trânsito”, o levantamento foi realizado pela organização SOS Estradas, que comparou dados entre os meses de agosto e dezembro de 2019.

O estudo calculou uma média 15% maior no número de mortes por mês nas rodovias, em comparação com a mesma data de 2018.

Dados da PRF mostram uma redução no número de acidentes: 2,6% a menos do que no ano anterior. Mas o número de acidentes com mortos ou feridos aumentou 132,6%: subiu de 23.963, em 2018, para 55.756, em 2019.

O número de mortes também registrou o seu primeiro aumento desde 2012, com crescimento de 1,2%.

Para o advogado Daniel Kalume, sócio do Mota Kalume Advogados, o estudo mostra que o endurecimento da fiscalização do trânsito é diretamente proporcional à diminuição de acidentes, muitos deles fatais. “Falar em rigidez no trânsito é falar em vidas. A política de trânsito brasileira deve ser repensada com urgência”, afirma.

Durante a pandemia da Covid-19, houve uma redução do número de veículos em circulação nas rodovias federais, estimada em 15%. Mas, a redução de óbitos em acidentes não foi proporcional, resultando em uma leve queda de somente 0,9%.

Fonte: Revista VEJA