No início da tarde, Carlos, um funcionário da empresa Pluma, aguardava em frente ao prédio onde morava Dionir Valério, única vítima fatal do acidente entre dois caminhões e um ônibus, em Palhoça, na BR-101, que aconteceu na manhã de quarta-feira. O objetivo era informar aos familiares do motorista sobre o ocorrido. Dionir Valério, 51 anos, era casado com Tânia da Silva Valério, com quem tinha um filho, Renan da Silva Valério, de 22 anos. A família morava no bairro Próspera, em Criciúma, no Sul do Estado.

Pouco depois de Carlos, uma ambulância do Samu chegou para atender Docelíria do Nascimento Valério, mãe de Dionir, e levá-la ao Atendimento 24 horas do bairro.

Em seguida, Renan chegou em casa para almoçar e ficou sabendo da morte do pai na entrada do prédio. Ele se chocou contra a parede e ficou de joelhos, consolado por tios e amigos. No apartamento, Tânia debruçou-se à janela e chorou a morte do marido.

Cléber Valério, de 35 anos, é sobrinho de Dionir, mas foi criado como irmão do motorista e diz que eles eram muito próximos. Mesmo abalado, com os olhos marejados, ele conta como recebeu a triste notícia.

— Liguei para a minha mulher e ela disse que tinha ouvido na rádio sobre esse acidente. Então eu liguei pra ele (Dionir) três vezes. Na quarta vez outra pessoa atendeu e disse que tinha acontecido um acidente e que ele estava envolvido. Eu me desesperei — disse.

Cléber conta que ligou para seu pai, que é caminhoneiro e estava em Balneário Camboriú, e pediu que ele fosse reconhecer o corpo de Dionir no Instituto Médico Legal de Florianópolis.

— Ainda disseram que ele tentou salvar, que ele viu o caminhão vindo pra cima dele. Dizem que foi tirando o máximo que deu, que salvou os outros e morreu. Só não me conformo com o jeito que ele morreu. É triste, mas é coisa da vida — completou Cléber, entre lágrimas.

Fonte: Diário Catarinense