De acordo com a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), abordagem inovadora foi criada para reduzir o atropelamento de anfíbios nas rodovias
A abordagem inovadora, criada para reduzir o atropelamento de anfíbios nas rodovias administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias, foi apresentada no III Herpetorama* – Congresso de Anfíbios e Répteis na primeira semana de outubro. Estudiosos da área de herpetofauna de cada bioma brasileiro apresentaram pesquisas e resultados ligados ao tema.
A experiência adquirida nos pampas é fruto do trabalho desenvolvido no Programa de Proteção e Monitoramento da Fauna da EGR – executado em parceria com a STE – Serviços Técnicos de Engenharia e o Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Nerf) – no âmbito do Projeto Básico de Gestão Ambiental (PBA). Apresentando a metodologia elaborada para selecionar as áreas amostrais e priorizar os segmentos rodoviários, foram compartilhados resultados de diagnóstico e medidas propostas no plano para mitigação do atropelamento de anfíbios nas rodovias ERS-040 e ERS-784.
Com o tema “Saltando contra o tempo: estratégias para a conservação de anfíbios pampeanos”, a bióloga do Nerf Caroline Zank, responsável pela apresentação, explica o fator temporal como desafio no contexto dos estudos e métodos desenvolvidos para a preservação de fauna: “como as alterações no ambiente ocorrem em uma velocidade normalmente maior que nossa capacidade de lidar com elas, quem atua com conservação está sempre em uma ‘corrida contra o tempo’, e, no caso dos anfíbios, que não conseguem correr, é preciso ‘saltar’”.
A bióloga fala também sobre a relevância da discussão em nível nacional, chamando a atenção para o assunto. “Os anfíbios são um grupo altamente negligenciado tanto no diagnóstico do impacto dos atropelamentos em rodovias quanto na proposição de medidas mitigadoras para o grupo, além de ser um tema pouco tratado pelos herpetólogos”.
Para o engenheiro ambiental da EGR, Rafael Schmitz, “é fundamental adotarmos práticas inovadoras no trabalho de monitoramento e proteção de espécies que realizamos permanentemente, oferecendo campo para estudos e colaborando com dados, para que a academia possa auxiliar no desenvolvimento de formas ainda mais eficazes de conservação”.
* Herpetorama: Do grego herpein (rastejar) originou-se a Herpetologia, ramo da zoologia que estuda os anfíbios e répteis. Já orama significa “espetáculo”.
Fonte: Ascom da EGR