A pior estrada do país é o trecho da BR 222 entre os municípios de Marabá e Dom Eliseu no Pará. Foi o que revelou a pesquisa da Confederação Nacional de Transportes (CNT) divulgada na semana passada, em Brasília, com a síntese sobre a situação das principais rodovias brasileiras. Segundo o levantamento, 17,4% das estradas do país estão ruins e 33,4 regulares. Dos 90,9 mil quilômetros de rodovias brasileiras analisados entre 3 de maio e 8 de junho deste ano por 15 equipes, 14,7% foram classificadas como ótimas e 26,5% boas.

No ranking das 10 piores, três estão no Pará. Além da BR 222, que encabeça a lista, sendo considerada a que está em pior condição em todo o Brasil, estão também classificadas como em condições ruins de trafegabilidade o trecho entre Marabá (PA) e Wanderlândia (TO), que inclui as rodovias BR 153, PA 153 e BR 230, e o trecho de Belém (PA) a Guaraí (TO), que inclui as rodovias BR 222, PA 150, PA 151, PA 252, PA 287, PA 447, PA 475, PA 483 e TO 336.

Os técnicos da Confederação Nacional de Transportes analisaram as rodovias do leste do Pará. Foram 2.568 quilômetros percorridos. Na análise dos técnicos, 73,4% do total avaliado foi considerado ruim ou péssimo. Outros 22,7% foram avaliados como regulares e apenas 3,9% foram considerados bons, o que colocou o Pará, juntamente com o Roraima e Amapá, como os estados brasileiros cujas estradas estão em piores condições de trafegabilidade e conservação.

Foram analisadas 13 rodovias no Pará, sendo cinco estaduais (PAs 150, 252, 287,447 e 475) e oito federais (BRs 010, 153, 158, 163, 222, 230, 308 e 316). Na classificação geral, foram consideradas regulares a PA 475, BR 163, BR 308 e BR 316. Em péssimas condições foram avaliadas a PA 287 e as BRs 157 e 222. Somente a BR 316 teve a pavimentação avliada como de boa qualidade. As demais foram vistas como ruins, péssimas ou regulares.

Dados que impressionam no levantamento feito nas estradas do Pará são, por exemplo, os relacionados às condições de superfície das rodovias. Dos 2.568 quilômetros percorridos, somente 50 foram considerados perfeitos, ou seja, 1,9% estão em condições normais. Em 62,3% dos trechos percorridos não existem placas indicando os limites de velocidade. Em 45,3% das estradas percorridas existe mato cobrindo as placas e em 23,6% do total da quilometragem analisada não existe nenhuma placa de sinalização.

Com relação aos principais corredores rodoviários, as ligações entre Belém-Brasília e Belém-São Luís foram analisadas como em bom estado de pavimentação. Já o estado geral da Belém-Brasília foi classificado como regular, enquanto a ligação com o Maranhão foi considerada boa.

Na comparação com o mesmo levantamento realizado em 2009, é possível dizer que o estado das rodovias do Pará piorou. Um exemplo é o trecho de Marabá a Dom Eliseu pela BR 222, que em 2009 havia recebido o conceito de ruim, no quesito avaliação geral e este ano foi classificada como péssima.

Deterioradas, vias caem de conceito a cada ano

No quadro de classificação por rodovia pesquisada dentro do Estado do Pará, em 2009 as mesmas rodovias haviam recebido sete avaliações “péssimas”. Este ano, as avaliações subiram para 17. Trechos percorridos, como a PA-287, que no ano passado ainda tinha algum tipo de sinalização que mereceu avaliação ruim, este ano foi classificada como péssima, ou seja, não há nenhum tipo de sinalização.

A pavimentação da PA- 150 em 2009 foi analisada como regular. No relatório de 2010 está avaliada como ruim.

A Pesquisa CNT de Rodovias avalia a situação das rodovias a partir da perspectiva dos usuários, tanto sobre o aspecto da segurança como do desempenho. A metodologia baseia-se em normas técnicas de engenharia viária e permite a identificação de elementos necessários ao planejamento do transporte e também à gerência das rodovias.