Situação caótica na viagem entre Juína e Colniza, no Mato Grosso. A antiga MT-170 assou a ser BR-174 em 2012, depois de federalizada. Mas na prática nada mudou. Foto: Divulgação

Uma situação caótica. Assim tem sido as viagens de centenas de passageiros que se utilizam das linhas de ônibus entre as cidades de Juína e Colniza, distantes, respetivamente, a 734 e 1 mil quilômetros da capital Cuiabá. O percurso tem ficado mais longo, nos últimos dias.

Segundo o responsável pela conferência de carga de uma empresa de transporte, Valter Leal, os motivos são os diversos trechos com atoleiros na rodovia federal. “Alguns ônibus estão atrasando de 5 a 6 horas. Esse trajeto é o pior da região. Às vezes, quebram e tem que enviar outro ônibus para prestar os auxílios necessários. O prejuízo é grande”.

Em uma rede social, o deputado federal José Medeiros (Pode) criticou a atuação ONG’s que, segundo ele, barraram a liberação de licenças ambientais necessárias para a execução das obras junto ao IBAMA. “Já existe recurso garantido em conta e processo licitatório encaminhado para pavimentação total de 300 quilômetros. E por que não saiu? Porque nos últimos anos ONG’s barraram a liberação de licenças ambientais necessárias para a execução das obras”.

Conforme Só Notícias já informou, motoristas estão ficando em atoleiros, na mesma rodovia, no trecho entre Juruena e Aripuanã. Alguns veículos estão sendo puxados por tratores e outros caminhões para conseguir passar e seguir viagem.

O superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em Mato Grosso, Orlando Fanaia Machado disse, que tem chovido muitos nos últimos dias. “A empresa contratada pelo Dnit já ‘atacou’ esses pontos mais críticos para liberar a trafegabilidade. Nós até pedimos um reforço da empresa. Alguns pontos até já foram liberados. Foram colocadas pedras para poder dar condições de tráfego”.

Machado explicou que já existe estudos ambientas juntamente com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) para possibilitar asfaltamento na rodovia. “Nós estamos no aguardo desse desenrolar indígena e ambiental para dar andamento nessa parte do projeto. O investimento que é feito em uma rodovia não pavimentada é maior que na pavimentada devido ao trabalho que é feito. Tem locais que teremos que aumentar a capacidade dos bueiros. Porém, ainda depende do planejamento orçamentário”.

Federalizada

O que era para ser um benefício, passou a ser um tormento. Em 2008, prefeitos e lideranças da região, deputados estaduais, deputados federais e senadores se mobilizaram para federalizar a MT-170, que fazia esse percurso, entre Juína e Colniza. A mobilização resultou no projeto de federalização da rodovia, que se tornou real e via passou a ser BR-174, em 2012, de Vilhena, passando por Juína e chegando até Colniza.