O feriado prolongado de Corpus Christi será o último em que os motoristas de São Paulo pagarão o atual valor nas praças de pedágio do Estado de São Paulo. A tarifa sobe no dia 1.º e o reajuste, em alguns casos, deve chegar a 9,77%, segundo cálculos feitos por empresários do setor. Diferentemente do ano passado, os valores serão arredondados de R$ 0,10 em R$ 0,10.
O aumento obedece aos índices dos contratos de concessão assinados com o governo do Estado. Os mais antigos, dos anos 1990, são corrigidos pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas. É o caso da Castelo Branco e dos Sistemas Anchieta-Imigrantes e Anhanguera-Bandeirantes, que ligam a capital ao interior do Estado e ao litoral.
Já para as rodovias que tiveram os contratos assinados tendo como fator de correção o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), um indicador mensal de preços do varejo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o reajuste chegará a 6,55%. Nesse caso estão incluídas rodovias importantes, como a Dom Pedro, a Carvalho Pinto, a Raposo e o Rodoanel.
O cálculo final do valor do pedágio de cada praça, no entanto, não é feito apenas aplicando o índice de reajuste ao valor vigente. A Agência Reguladora dos Serviços de Transportes de São Paulo (Artesp) ainda faz as contas levando em consideração também o tipo de pista (se é duplicada ou simples, por exemplo) e a extensão percorrida. O arredondamento é definido pelo governo do Estado – no ano passado, foi de R$ 0,05 em R$ 0,05.
Unificação. Os reajustes neste ano vão na contramão do que se viu em julho do ano passado, quando o IPCA foi maior do que o IGP-M. O que o governo paulista quer é que, por meio de uma negociação, se chegue a unificar o índice para o IPCA, que é menos sujeito a fatores externos, como as commodities, que subiram muito desde o segundo semestre do ano passado.
A expectativa atual das concessionárias, porém, é de que o governo paulista publique o valor dos pedágios até o dia 27, respeitando o que está nos contratos. Mas não escondem que pode haver uma negociação futuramente, lembrando que foi uma promessa de campanha de Alckmin.
Os empresários lembram também que parte das companhias responsáveis por concessões de rodovias paulistas tem papéis em bolsa. E se algo acontecer de muito diferente, que afete o equilíbrio financeiro das empresas, acionistas poderão entrar na Justiça reclamando seus direitos.
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