Em entrevista, governador eleito defende também nova concessão para o Maracanã

O governador eleito Wilson Witzel garantiu que acabará com as vistorias de veículo realizadas pelo Detran. O objetivo é destinar o valor gasto com a estrutura de cerca de R$ 200 milhões ao ano, segundo o próprio, para a área da segurança pública. Em entrevista à Record na tarde desta terça-feira, Witzel também comentou sobre o Arco Metropolitano. A ideia é, em parceria com a União, realizar uma concessão de longo prazo para a conclusão das obras. Witzel defendeu, inclusive, que a via passe a ter pedágio.

Vistoria do Detran

“É um compromisso realmente a extinção das vistorias porque nós acreditamos que a vistoria é um retrato de uma realidade muito transitória. Precisa ter adequação no trânsito para que as pessoas possam fazer manutenção dos seus veículos, ter a conscientização de que seu veículo é uma máquina poluente. Se não cuidar para que ela não estrague o ambiente, você vai estar se estragando. É preciso ter mais educação no trânsito, mas o custo disso é bem menor que ter uma estrutura que custa mais de R$ 200 milhões e atrapalha a vida das pessoas. Ainda tem reclamação de corrupção envolvendo isso aí. O fim da vistoria é um compromisso. Vamos redirecionar esse dinheiro para a segurança pública.”

Maracanã

“O projeto do Maracanã era derrubar o Célio de Barros e a Aldeia Maracanã, que eu não sei exatamente qual é o valor histórico daquilo. Uma ação judicial que participei não me apresentaram o valor histórico, não me apresentaram documento. Houve uma repercussão para não destruir o Célio de Barros. Isso inviabilizou a concessão. Teria que fazer uma outra concessão. O estádio Célio de Barros é histórico, mas está ultrapassado. Poderíamos criar esse estádio em outro local, como vamos lançar uma proposta para recriar o autódromo no Rio que movimenta muito investimento. Hoje o governador Pezão me disse que já há alguma coisa encaminhada. E a questão do Maracanã pretendemos ver a situação jurídica. Foi anulada a concessão por fraude, pelo menos em primeira instância. Se for o caso, vamos pegar de volta e fazer novamente uma concessão. E mostrar a poluição que o Célio de Barros pode ser reconstruído em outro local.”

Arco Metropolitano

“Estou aguardando ansiosamente um encontro com nosso presidente Jair Bolsonaro. O Arco Metropolitano foi devolvido à União. Minha ideia era fazer uma parceria com a União e já fazermos uma concessão para terminar o Arco Metropolitano. Acho que tem que ser pedagiado. É melhor pagar um pedágio num modelo em que a concessão seja num prazo longo do que ter aquilo totalmente paralisado. Uma via importante de escoamento da produção hoje sendo depredada, postes sendo furtados. O entorno não está sendo ocupado, tem boas áreas para serem ocupadas. Essa é uma preocupação muito grande, um assunto que quero levar ao presidente para que a gente consiga fazer já o projeto de urbanismo, ocupação industrial, residencial. Pode ser de vilas militares ali naquela região, para ter habitação para nossos policiais militares, civis etc. Uma carência muito grande de moradia para a população em geral. Ali também pode ser para baixa renda.”

Transporte público

“BRT não é uma boa solução. Ele tem composições muito intervaladas e tem problema de poluição. O problema também que um ônibus é diferente do transporte sobre trilhos. A melhor solução seria ter um transporte que eu chamo de metrô na superfície elevado, como se fosse um monotrilho. Você teria a passagem normal dos carros e, evidentemente, que não fica feio. Fica bonito. O estado não coloca um tostão. Se fizer modelagem de longo prazo, os investidores vão amortizar os investimentos. Não pode ser um prazo pequeno para que haja interesse de empresas com capital próprio, que não precise de dinheiro do BNDES.”

Fonte: www.oglobo.globo.com