Tacógrafo registrou que condutor dirigia há mais de 24h sem descanso; condutor admitiu ser usuário de “rebite”. Apesar da gravidade, somente um condutor teve ferimentos leves
Um caminhoneiro drogado e dirigindo há mais de 24 horas foi preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), nessa quarta-feira (11), na BR-010, em Açailândia, no Maranhão, após provocar um grave sinistro (acidente) na altura do km 340, no qual envolveu um ônibus, um caminhão-baú e dois veículos de passeio. Apesar da gravidade, ninguém ficou gravemente ferido.
Segundo a PRF, por volta do meio-dia, uma equipe foi acionada para atendimento ao sinistro. No local, os policiais identificaram um engavetamento envolvendo cinco veículos, sendo dois caminhões, um ônibus, um carro e um utilitário, que foi projetada para debaixo de um dos caminhões, ficando totalmente destruída.
Ainda de acordo com a PRF, quatro, dos cinco veículos, estavam parados na operação “Pare-e-Siga”, devido a uma obra na via, quando o caminhão causador do sinistro surgiu em alta velocidade, ocupou a faixa do sentido contrário e colidiu lateralmente com o carro pequeno e com o ônibus.
Na sequência, o caminhão seguiu o trajeto na contramão e chocou na traseira de uma picape Fiat, que acabou sendo projetada contra o caminhão-baú, ficando prensada entre os caminhões.
Apesar dos graves danos causados nos veículos, somente o motorista da picape Fiat teve ferimentos leves. Os demais ocupantes dos outros veículos não tiveram ferimentos.
Segundo a PRF, após os primeiros atendimentos, a equipe iniciou a verificação dos documentos dos condutores, bem como da fita impressa do cronotacógrafo do caminhão causador do sinistro.
Por meio da fita do cronotacógrafo, foi possível constatar que o caminhoneiro, de 58 anos, dirigia há, no mínimo, 24 horas de forma ininterrupta, o que fez a equipe questionar sobre a ingestão de alguma substância entorpecente, o popular “rebite”.
O condutor afirmou ter consumido comprimidos de anfetamina, na noite anterior, e na madrugada. Os policiais encontraram uma cartela contendo dez comprimidos da droga.
De acordo com os policiais, o caminhoneiro transportava verduras e disse ainda que havia consumido os comprimidos para inibir o sono e chegar mais rápido ao destino final. Ele havia saído de São João dos Patos (MA) e seguia em direção à Belém (PA), cerca de 1.200 quilômetros de distância.
Prisão
Diante dos fatos, a PRF prendeu em flagrante por conduzir com a capacidade psicomotora alterada em razão da influência de substância psicoativa que determine dependência, crime previsto no art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), e por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, art. 302 do CTB. A ocorrência foi encaminhada à Delegacia de Polícia Civil de Açailândia.
Somente neste ano, apenas nas rodovias federais do Maranhão, a PRF já apreendeu mais de 800 comprimidos de “rebites”, durante fiscalizações de trânsito. Na maioria dos casos, os entorpecentes foram encontrados na posse de caminhoneiros.
Consequências do uso de anfetamina
A anfetamina, o popular “rebite”, é um tipo de substância psicoativa que afeta o sistema nervoso central. Ela é conhecida por sua capacidade de inibir o sono, dando uma falsa sensação de diminuição da fadiga, uma característica que tem levado alguns motoristas a fazer uso indevido dessa substância para prolongar suas viagens.
No entanto, seu uso é expressamente proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) devido aos graves riscos à saúde e aos perigos associados à condução sob a influência dessa substância nociva, que vão de prejuízos à coordenação motora e redução da capacidade de julgamento até alucinações. A importação e comercialização dessa substancia é ilegal no Brasil.
A Polícia Civil irá investigar as causas do sinistro.
Alerta do Estradas
Há anos, o portal Estradas vem alertando, por meio de campanhas e matéria, as autoridades e a sociedade brasileira sobre o grave problema que envolve os motoristas profissionais que usam anfetamina e demais drogas para cumprirem o prazo de entrega das cargas.
Nessa terça-feira (10), o portal publicou outra matéria na qual alerta sobre o tema. Veja m ais detalhes, clicando no link.
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