O sistema free flow (termo em inglês) está sendo testado em algumas rodovias paulistas há alguns anos. Rodovia Rio-Santos foi autorizada a iniciar a implantação no trecho concedido
O fim das praças de pedágio está próximo. Mas, não o pagamento de tarifas. Está em andamento nas principais rodovias do Brasil – em São Paulo, quatro estradas testam o sistema há anos – um novo método de cobrança de tarifas: Sistema Livre de Passagem, o free flow (termo em inglês).
Nessa quinta-feira (15), mais um passo importante foi dado em direção à formalização do novo método a ser implantado nas estradas brasileiras: o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou a regulamentação do Sistema de Livre Passagem em rodovias e vias urbanas a partir de 2 de janeiro de 2023.
Nesse novo método de pagamento, os condutores vão trafegar sem ter que parar em praças de pedágio. A resolução do Contran deve ser publicada nas próximas semanas no Diário Oficial da União (DOU).
Nesse novo sistema, a identificação do veículo será automática e eletrônica por meio de pontos com sensores – por radiofrequência ou por câmeras – ao longo da rodovia. A implementação da livre passagem poderá ser realizada diretamente pelo órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via ou por concessionária, quando o trecho for administrado por meio de concessão.
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Sinalização
A partir da publicação da Resolução do Contran, os interessados poderão iniciar a instalação de placas de sinalização vertical de indicação ao longo da via, de forma a garantir que o usuário tenha ciência, antes da passagem pelos pontos de leitura ao longo do trajeto.
Segundo o Contran, além de não precisar para na via, outro ponto positivo do free flow é a possibilidade de pagamento proporcional ao quilômetro rodado, reduzindo as tarifas pagas pelos condutores, já que todos passarão a contribuir de alguma forma com a manutenção.
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Testes em rodovias paulistas
Em 2012, foi iniciado um projeto experimental em São Paulo – que está em vigor até hoje – nas rodovias Engenheiro Constâncio Cintra (SP-360), ligação entre Jundiaí e Itatiba; e Santos Dumont (SP-075), ligação entre Campinas e Sorocaba.
Depois, em 2013, o primeiro ‘Ponto a Ponto’ aberto para o tráfego de veículos foi a rodovia Gov. Adhemar Pereira de Barros (SP-340), ligação entre Campinas e Sul de Minas. Na sequência, em 2014, também foi instalado um sistema ponto a ponto para testes na rodovia Professor Zeferino (SP-332).
O funcionamento de um pedágio free flow é simples: ao invés de praças, antenas são instaladas em pórticos e viadutos ao longo da rodovia. Quanto à cobrança, é feita de duas maneiras: a primeira delas através de tags semelhantes às já existentes em sistemas de cobrança automática, como o Sem Parar. Essas tags são obrigatoriamente instaladas nos veículos, que são cobrados automaticamente durante a passagem pelos pórticos.
Isso é feito por meio de um sistema de RFID, composto por uma antena, um transceptor, que faz a leitura do sinal e transfere a informação para um dispositivo leitor, e também um transponder ou etiqueta de RF (rádio frequência), que deverá conter o circuito e a informação a ser transmitida.