De acordo com a PRF do Paraná, menino e sua mãe, de 42 anos, argentinos estão os sete mortos; IML de Ponta Grossa não finalizou as identificações das vítimas fatais
O último dia de janeiro chega com mais uma notícia trágica de acidente (sinistro) envolvendo ônibus. Uma mulher, 42 anos, e seu filho, de 3 anos, ambos argentinos, estão entre os sete mortos da tragédia ocorrida na madrugada desta terça-feira (31), com o veículo da Viação Catarinense, às margens da BR-277, em Fernandes Pinheiro (PR).
Segundo informações da PRF do Paraná, além da mãe e do filho argentinos, os outros mortos são: quatro homens e uma mulher, que não tiveram suas idades reveladas.
IML ainda não conclui identificação dos mortos
O Estradas entrou em contato com o Instituto Médico-Legal de Ponta Grossa (PR) e conversou com uma perita que disse não ter finalizado, ainda, as identificações de todas as vítimas fatais. “Os trabalhos periciais juntos aos sete corpos estão em andamento. Não temos previsão de quando serão concluídos”, ressaltou.
Segundo a PRF do Paraná, o sinistro ocorreu no km 230 da BR-277, nesta terça-feira (31), à 1h50, e foi caracterizado como saída de pista, seguida de tombamento. O ônibus Scania, prefixo 3531, fazia o horário das 16h40 da linha Florianópolis (SC) – Foz do Iguaçu (PR) e levava 54 passageiros. Destes, 22 ficaram feridos e foram removidos pelo Corpo de Bombeiros e Samu para atendimento em hospitais da região.
De acordo com a análise preliminar da PRF, com base nos vestígios e informações coletadas, o ônibus saiu de pista em uma reta e tombou às margens da rodovia. As causas do acidente estão sendo apuradas pela Polícia Científica do Paraná.
Segundo a Corporação, o motorista não se feriu, e foi submetido teste do etilômetro, que deu negativo. Equipe da Polícia Civil compareceu no local e o encaminhou à Delegacia de Teixeira Soares (PR) para ser ouvido.
Conforme a PRF do Paraná, houve interrupções momentâneas de tráfego para o socorro e demais atendimentos, pois o veículo tombou às margens da rodovia. O trecho do acidente é de pista simples, mas conta com duas faixas adicionais em cada sentido de tráfego.
O sinistro
Era 1h50 desta terça-feira (31), quando o condutor do ônibus Scania, placas MLL-2369, ano 2014, prefixo 3531, carroceria Marcopolo Paradiso DD, saiu da pista e tombou além do acostamento numa pequena ribanceira. O resultado: sete mortos e 22 feridos, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Paraná.
Ainda de acordo com a Corporação, o veículo saiu da pista e tombou às margens da rodovia. O ônibus fazia o trajeto Florianópolis (SC) com destino à Foz do Iguaçu, no Oeste paranaense.
A Viação Catarinense faz parte de grupo 1001 que reúne, dentre outras empresas, Viação Cometa, 1001, Macaense, Rápido Ribeirão e Expresso do Sul.
“É preciso apurar todas as responsabilidades e não apenas do motorista. Verificar a jornada de trabalho, tempo de direção contínua, distância percorrida. Para isso é fundamental a análise do cronotacógrafo e investigação do Ministério Público do Trabalho“, alertou Rodolfo Rizzotto, coordenador do SOS Estradas. Para ele, a sociedade não pode jogar toda a responsabilidade nas costas dos motoristas profissionais.
Rizzotto lembra ainda a importância dos passageiros utilizarem o cinto de segurança, que está disponível nos ônibus desde 1999, conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Autoridades estão cientes
O portal Estradas tem alertado as autoridades sobre situações de risco praticadas por empresas de transporte rodoviário, dentre as quais as do grupo 1001. Tanto a Artesp – Agência reguladora no estado de São Paulo, quanto à ANTT, agência reguladora nas rodovias federais, foram informadas.
Em uma das matérias publicadas pelo Estradas, está a do dia 30 de dezembro: Empresas de ônibus voltam a operar viagens que colocam vidas em risco para lucrarem mais. Nesse mesmo dia, um ônibus da Viação Catarinense saiu da pista na mesma rodovia (BR-277), em Guarapuava (PR), e, apesar do susto, não houve feridos. Não foi possível apurar com a PRF a rota do veículo.
No dia 3 de janeiro deste ano, outro ônibus do mesmo grupo colidiu na traseira de uma carreta, deixando 24 feridos, conforme matéria publicada: “Ônibus da Cometa colide na traseira de carreta na Bandeirantes e deixa 24 pessoas feridas”.
Multas por excesso de velocidade e falta de cinto
A reportagem do Estradas apurou que se trata de um ônibus Scania, placas MLL-2369, ano 2014, Marcopolo Paradiso DD, e o cronotacógrafo está em dia. Entretanto, o veículo possui duas multas, em aberto, junto aos sistemas do Dnit e da PRF.
De acordo com os registros, uma foi aplicada pelo Dnit, em setembro de 2022, na BR-116, em Cajati (SP), por excesso de velocidade em até 20% do limite legal, e outra pela PRF, por falta do cinto de segurança, em dezembro de 2022, em Foz do Iguaçu (PR). Ambas totalizam R$325,39.
A reportagem também manteve contato com a Viação Catarinense para saber quais as providências e mais detalhes da ocorrência, mas até a atualização desta matéria, às 12h30, não recebeu respostas.
Às 16h15, por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa emitiu a seguinte nota:
“A Viação Catarinense informa que o ônibus que partiu de Florianópolis (SC), às 16h20 da última segunda-feira (30), e tinha como destino Foz do Iguaçu (PR) tombou na pista da BR-277, na região central do Paraná, na madrugada desta terça-feira (31). Infelizmente, 7 passageiros vieram a óbito no local e os demais receberam atendimento.
A empresa lamenta profundamente o ocorrido e está com equipes no local prestando assistência aos passageiros e familiares. A Viação Catarinense reforça seu compromisso com a segurança e está à disposição das autoridades para esclarecimentos sobre o acidente.”
O Estradas entrou em contato com a PRF do Paraná, às 12h15, informações mais detalhadas a respeito da ocorrência. Às 13h15, a Corporação informou respondeu que o coletivo transportava 54 passageiros, sendo 22 ficaram feridos e sete faleceram.
Entre as vítimas, uma criança, de 3 anos, de nacionalidade Argentina, duas mulheres, sendo uma Argentina (mãe da criança) e quatro homens. A identificação das vítimas estão a cargo do Instituto Médico-Legal (IML) de Ponta Grossa (PR).
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