Por Denny Mews*
Quando analisamos o ano de 2020 com a chegada da pandemia global provocada pela Covid-19, rapidamente pensamos em desafios. Para todos os segmentos, foi um ano de muito aprendizado, reinvenção e adaptabilidade. Nessa era pandêmica, a logística teve papel essencial, especialmente com o delivery, que foi a salvação para muitos estabelecimentos que conseguiram recorrer aos aplicativos de entrega. Na outra ponta, foi a solução para o consumidor seguir com as recomendações do distanciamento social.
Já o frete rodoviário, enfrenta algumas barreiras, tais como falta de planejamento, organização e atendimento, gerando perdas de cargas entre 5% e 7%, o que é um grande déficit para o setor. Isso sem contar as perdas por outros motivos, tais como acidentes, avarias, sinistros e possíveis atrasos. Para tanto, a tecnologia já é presente no setor e auxilia na desburocratização de toda a operação logística, oferecendo uma gestão completa de forma automatizada.
Apesar do tradicionalismo do setor, a digitalização está ganhando proporções interessantes no frete rodoviário. A adoção de ferramentas como Business Intelligence (BI), consolida informações precisas, com histórico da jornada de trabalho dos condutores, tempos de paradas, trajetos percorridos com controle de velocidade, além de registros de coleta e entrega. O BI apresenta uma visão global do negócio para auxiliar empresas na tomada de decisão, inclusive, em situações de risco.
O reconhecimento facial também já é uma realidade no segmento, por meio de tecnologia como a Inteligência Artificial (A.I.), a identificação de motoristas ficou cada vez mais fácil. O recurso valida o cadastro do motorista em três etapas, basicamente fotos e selfies com o documento de habilitação. A tecnologia evita fraudes e roubos por falsos portadores, além de garantir o gerenciamento de cargas, rastreio e monitoramento de itens, com local de destino, previsão de entrega e sinalização em caso de possíveis atrasos.
Por ocasião da pandemia, os recursos tecnológicos são indispensáveis para minimizar os ruídos e entraves do setor. Outro aspecto que precisa de um olhar acolhedor e colaborativo por parte do segmento, é a falta de locais adequados e seguros para realização de parada e descanso dos motoristas. As paradas são de extrema importância, para que os condutores possam renovar suas energias, reabastecer o veículo, além de respeitar os períodos de restrição de alguns municípios quanto à circulação.
Por esse motivo, empresas de logística se uniram para criação do portal ‘Caminhoneiro Herói’. Essa é uma iniciativa que reúne em uma lista os postos de atendimento pelo país, respeitando as determinações sociais, com o objetivo de informar aos motoristas os locais onde terão apoio e os tipos de serviços disponíveis, como alimentação, banheiro, chuveiro e álcool em gel.
É nítido que a tecnologia para o setor é fundamental, democratiza a informação, agiliza comunicações, e, o mais importante, é saber aplicá-la para utilizar tudo o que está disponível em prol de benefícios para uma gestão eficaz, não só para as cargas, mas para todos os envolvidos.
(*) Denny Mews é fundador e CEO da CargOn
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