EM ORDEM: Estradas apurou que os cronotacógrafos da carreta e do micro-ônibus estão devidamente registrados. Além disso, veículos também não têm registros recentes de multas em rodovias federais Fotos: Divulgação/PRF

Estradas apurou que equipamentos estão devidamente registrados para medir a velocidade no momento do acidente (sinistro), assim como para conferir a jornada de trabalho dos condutores. Veículos não têm registros recentes de multas em rodovias federais

A reportagem do Estradas apurou que os cronotacógrafos da carreta Volvo, modelo FM, placas IWT7H83, e do micro-ônibus Volare, placas IXP-6461, prefixo 2017, envolvidos no trágico sinistro na BR-290, m Rio Pardo (RS), na madrugada de segunda (28), estão devidamente registrados e com a validade em dia.

Diante disso, as informações de velocidade e de jornada de trabalho podem ser identificadas.

A reportagem apurou também que esses dois veículos não têm registros de multas recentes em rodovias federais.

O Estradas entrou em contato com a Scala Logística, proprietária da carreta, e com a Reck Tur, responsável pelo micro-ônibus, para saber como essas empresas fazem o controle da jornada de trabalho de seus condutores, e se há fiscalização da validade do exame toxicológico e da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Por meio de seu departamento jurídico, a Scala Logística enviou nota oficial. Já a Reck Tur disse à reportagem, por meio do proprietário Jorge Luiz Librelotto, que o motorista que faleceu não pertencia ao quadro da empresa. “O senhor Josuel Vieira Machado era prestador de serviços da empresa Freitas Tur, que foi contratada para o serviço de transporte dos militares.”

Librelotto disse ainda que o proprietário da Freitas Tur ligou para ele pedindo ajuda, pois um carro dele havia tido problema mecânico. Diante disso, acrescentou, “cedi meu micro-ônibus, prefixo 2017, mas com o motorista da Freitas Tur, porque não tinha nenhum disponível para o serviço.”

De acordo com Librelotto, tanto a Reck Tur quanto a Freitas Tur são empresas que prezam pela segurança. “Estou no serviço de transporte de escolares e turismo há 15 anos. A Freitas Tur atua ha mais de 15 anos no transporte de militares. Todos os motoristas respeitam a jornada de trabalho e cumprem com a legislação vigente.”

Posição da Scala Logística

Consternados com o fato de grande repercussão pela gravidade, pelas perdas lamentáveis e envolvimento de veículo de nossa frota, compartilhamos de forma breve e suscinta nossas práticas cotidianas e políticas de gestão.

O controle e registro da jornada dos motoristas é cumprido observando os preceitos legais. Contamos com sistema eletrônico no qual o motorista registra sua jornada evento a evento e esta é importada ao sistema da folha de pagamento para a realização do pagamento das horas normais, extras e de espera, assegurando a precisão em minutos para tanto.

A operação na qual o veículo sinistrado estava inserido é cíclica e regular, com jornada estabelecida em turnos e com escala de folgas pré-determinadas, garantindo as paradas para descanso e alimentação como determinado pela lei. Desta forma, dispomos de rígido controle para atingir a segurança da operação.

A realização do exame toxicológico é condição legal para o desempenho da função, tratando-se de item obrigatório para contratação e manutenção do contrato de trabalho, devendo o mesmo ser realizado conforme indicativo da norma, passando por controle e gestão da área de saúde e segurança do trabalho, na qual contamos com profissionais técnicos em enfermagem e de segurança do trabalho com atuação e gestão de forma a garantir atendimento nas 24 horas de funcionamento da operação. A política interna de prevenção ao uso de álcool e drogas conta com testagens toxicológicas aleatórias e complementares àquelas exigidas na legislação.

Ainda, importante complementando quanto ao teste de bafômetro, este está inserido na rotina da operação, com realização obrigatória no início e final de jornada, além das intervenções aleatórias pela equipe de segurança do trabalho em saída de campo para testagem complementar.

O porte da carteira de habilitação vigente e válida para o tipo de veículo a ser conduzido é condição obrigatória para o exercício da função, assim como a avaliação técnica e comportamental são critérios avaliados no processo de recrutamento e seleção. Nenhum motorista embarca em veículo da empresa sem portar seu documento válido sendo, inclusive, condicionante à manutenção do contrato de trabalho, sob pena de rescisão por justo motivo.

A política de recrutamento, seleção e retenção dos profissionais repercute no baixo índice de rotatividade, que não chega a atingir um ponto percentual em média por mês, o que denota o seu reflexo positivo na gestão e, com isso, repercussão na segurança da operação.

O transporte rodoviário de cargas, pela sua complexidade e risco inerente, exige aparato robusto de gestão, exigindo investimento e dedicação de orçamento para treinamentos, acompanhamentos e reciclagens dos assuntos que interferem na condução e segurança viária. Tanto é neste sentido que assim direcionamos nosso funcionamento disponibilizando à operação de transporte florestal, juntamente com empresas parceiras, local apropriado para os motoristas pararem no curso da sua jornada de trabalho para realizarem descanso, atividades estimulantes como bicicleta ergométrica, testes de atenção e concentração e exames clínicos.”

1 COMENTÁRIO

  1. Visando o comentário da empresa Scala , saliento ainda que existe um sensor de fadiga posicionado de frente para o motorista , se o mesmo fechar os olhos por mais de dois segundos o sensor alerta com sinal sonora e o mesmo emite uma voz solicitando a parada para descanso .

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