Os dados do movimento nas estradas medido pelo índice ABCR de Atividade indicam crescimento de 4,7% em agosto na comparação com julho deste ano, considerando dados dessazonalizados. O crescimento é fruto do aumento do número de veículos leves circulando. Os pesados, que permitem identifica o nível da atividade econômica, apresentaram queda. O índice da ABCR registra o movimento das rodovias concedidas e pode ser considerado um ótimo termômetro da economia.

Na comparação de agosto contra julho, o fluxo de veículos pesados registrou variação negativa de 0,5% (dados dessazonalizados). “Se fizermos uma correlação entre a atividade e os pesados, teremos um resultado bastante significativo. Desde março, a indústria vem numa trajetória de enfraquecimento. Em julho, os pesados indicaram uma ligeira melhora na indústria, que se confirmou. No entanto, para agosto, o cenário positivo não se confirma”, diz Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consultoria Integrada, em texto divulgado ontem pela assessoria de imprensa.

Na avaliação da economista, isso mostra que “a indústria está estagnada e continua patinando”. Já o fluxo de veículos leves cresceu 7,7%, na comparação agosto contra julho (em termos dessazonalizados). “Se olharmos os dados na margem, nos últimos meses, observamos um comportamento estável no fluxo dos leves, com uma média mensal de janeiro até junho de 0,1%. E, como despencou em julho, em agosto, houve uma correção devido à base de comparação. Certamente é por isso, pois nossas simulações têm mostrado que o mercado de trabalho está estagnado e já sofrendo um pouco dos efeitos da atividade econômica fraca”, afirma a economista.

Em relação ao mesmo período de 2013, o índice total apresentou alta de 1,9%. O fluxo de veículos leves aumentou 5,3%, enquanto o fluxo de pesados recuou 6,5%. Nos últimos 12 meses, o fluxo total teve expansão de 3,4%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de leves registrou variação positiva, de 5,0%, e o de pesados recuou 1,0%.

No acumulado do ano (janeiro a agosto de 2014 ante janeiro a agosto de 2013), o fluxo total teve expansão de 3%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de leves cresceu 5,0% e o de pesados cedeu 2,6%.