Governo faz muitos elogios ao próprio modelo de concessão de rodovias. Mas no caso da Dutra (BR-116), em particular quanto a descida da Serra das Araras, não há nada para comemorar. Os usuários vão pagar pedágio por 31 anos para que, se tudo der certo, tenham finalmente uma nova pista de descida.

A nova concessão de rodovia do governo federal, que inclui a maior parte da Dutra e o trecho da Rio-Santos entre Ubatuba e Itaguaí, reserva uma má notícia para os usuários da eterna Rio-São Paulo.

A nova descida da Serra das Araras, um trecho atualmente com limite de 40km/h, traçado que tem mais de 70 anos e sem acostamento, não ficará pronta antes de 2027. Isso caso a nova concessionária cumpra suas obrigações, conforme estabelece o novo modelo de concessão.

Apesar de prevista no contrato da NovaDutra a obra nunca foi realizada em 24 anos de concessão. Agora, a nova concessionária assumirá a rodovia teoricamente em fevereiro de 2021 e somente no terceiro ano que deverá iniciar a nova obra que supostamente deve ficar pronta em 2027.

E ainda existe o risco do mesmo grupo CCR que administra atualmente a Dutra vencer a concessão, como já ganhou no Rio Grande do Sul no ano passado. Não há justificativa para uma obra de apenas 8km, por mais complexa que seja, demorar tanto tempo, média de 2km por ano segundo o PER- Programa de Exploração da Rodovia que a ANTT publicou e apresenta em audiências públicas.

Serão 31 anos pagando pedágio, considerando a concessão atual, para que o usuário tenha finalmente uma pista de descida segura na rodovia mais importante do país. E não há nenhuma garantia de que efetivamente esse prazo será cumprido. Inclusive provavelmente a obra sequer inicia no atual governo cujo mandato termina em 2023, já que a obra inicia em 2024 e pode durar até fevereiro de 2028.

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