Objetivo é garantir a segurança de quem depende do transporte para cuidar da saúde. No próximo dia 10, comemora-se o Dia Nacional do Condutor de Ambulância
Entre os dias 25 e 30 de setembro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Bahia realizou a “Operação INFIRMUS”, com o objetivo de intensificar a fiscalização em ambulâncias (veículos de transporte de pacientes em Tratamento Fora do Domicílio).
De acordo com a Corporação baiana, as ações foram realizadas em trechos das rodovias federais BR-101 e BR-324,região de Simões Filho (BA).
Segundo a PRF, esse tipo de serviço é essencial, cujo papel social e econômico é de fundamental importância, uma vez que democratiza a mobilidade e facilita a locomoção das pessoas que necessitam de atendimento médico especializado fora do seu município de origem.
Ainda de acordo com a PRF, a iniciativa baseia-se também nas diversas situações de perigo flagradas nas rodovias federais da Bahia em veículos, normalmente ambulâncias, que atendem às pessoas no transporte às unidades de saúde de várias localidades.
Conforme a PRF, dependendo do estado de conservação, do desrespeito à legislação e do ineficiente treinamento dos condutores, esses veículos podem se tornar um risco à segurança, visto que sinistros envolvendo o transporte coletivo de pessoas geralmente têm maiores proporções e geram maior gravidade das lesões ou até mesmo a morte dos envolvidos. (ver matérias abaixo)
Orientação
Segundo a PRF, a “Operação INFIRMUS” teve como propósito também proporcionar orientações detalhadas sobre a legislação de trânsito aplicada a esse tipo de transporte, abrangendo equipamentos obrigatórios, sistemas de iluminação, normas de circulação, condutas e requisitos dos condutores e veículos.
Durante as abordagens, os policiais flagraram inúmeras irregularidades relacionadas ao transporte de passageiros como podemos destacar:
- falta de curso especializado do motorista;
- veículos com licenciamento atrasado;
- ausência de equipamentos obrigatórios ou equipamentos ineficientes
- mau estado de conservação dos veículos, e
- motorista inabilitado, entre outras infrações
Balanço da operação
No decorrer das atividades, a PRF emitiu 202 notificações referentes a infrações diversas. Foram fiscalizados um total de 168 veículos e 175 pessoas participaram de algum procedimento de fiscalização em ações da PRF na INFIRMUS. 93 testes do “bafômetro” foram aplicados. Por diversos tipos de irregularidades, 2 veículos tiveram que ser recolhidos ao pátio. Foram recolhidos ainda 52 documentos.
Essas ações também reforçam as atividades de policiamento e fiscalização nas rodovias federais, com foco na prevenção e redução dos sinistros de trânsito envolvendo veículos do tipo TFD. A PRF visa, assim, aumentar a segurança nas rodovias federais, garantindo que esses veículos desempenhem seu papel vital na preservação de vidas e na segurança viária.
Luta por melhorias
No próximo dia 10 de outubro, comemora-se o Dia Nacional do Condutor de Ambulância em todo o País. Mas, a classe trabalhadora continua sem motivos para lembrar da data. Isso porque, a categoria não tem sido reconhecida como deveria.
A constatação é de quem está na profissão há quase 10 anos, o potiguar Fernando Carvalho, condutor de ambulância há 9 anos e 8 meses, em Coronel João Pessoa (RN), no sudoeste do Rio Grande do Norte, distante 442 quilômetros da capital Natal.
Em outubro do ano passado, o portal Estradas conversou com Fernando Carvalho – que trabalha no único hospital da cidade em uma escala de 1 por 4 (trabalha 24h e descansa 96) -, e ele foi enfático ao dizer: “a falta de fiscalização das autoridades e de apoio à classe são os maiores problemas enfrentados por ele e pela maioria dos condutores, principalmente, no Nordeste do Brasil”.
Ainda de acordo com Carvalho, “há falta de equipamentos obrigatórios, como pneus e manutenção geral são a realidade do dia a dia do nosso trabalho. As condições das ambulâncias é, na maioria das vezes, precária. A manutenção não está adequada às necessidades, desde 2016”, frisou.
Falta de preparo
Além da falha na fiscalização, Carvalho faz outro alerta: “outro grande problema é a falta de preparo dos condutores. “A maioria dos condutores é despreparada. E isso coloca em risco a segurança dos pacientes e dos demais profissionais que atuam nas ambulâncias. Eu já tentei contato com várias autoridades, mas somente quatro deram resposta”.
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