Expectativa da Ecoponte é que as novas alças para a Av. Brasil e Linha Vermelha reduzam o trânsito em 20% na saída da Ponte

Aos 45 anos de existência, a Ponte Rio Niterói vai passar pelas maiores obras desde sua fundação: a construção do acesso direto com a Linha Vermelha e a criação de uma via exclusiva para veículos de carga que seguem em direção ao Cais do Porto. A expectativa da EcoPonte, a concessionária que administra a via, é que as intervenções reduzam o trânsito em 20% na saída da ponte.

A nova alça sairá da Reta do Cais, na altura do pórtico 3, e seguirá a partir do Arsenal de Guerra do Exército, ligando-se à Linha Vermelha na altura do Parque Alegria. O trecho terá 2,5 km em trecho elevado e duas faixas de rolamento.

A alça para a Linha Vermelha fica pronta para o ano que vem e a via em direção ao Cais do Porto, em 2020. Com a conclusão das obras, a promessa é melhorar a fluidez da Ponte. Segundo o projeto, aproximadamente 15 mil veículos deixarão de utilizar o pequeno trecho da Avenida Brasil, no Caju, para acessar a Linha Vermelha.

É do gerente de Operações da Ecoponte, Júlio Amorim, a previsão de que o fluxo de veículos na ponte vai melhorar cerca de 20% em direção ao Rio.

“São duas obras que vão melhorar consideravelmente a mobilidade da ponte e também da região central, que é o caso da Avenida Portuária. O principal ganho é a questão da mobilidade porque estamos falando de aproximadamente 15 mil veículos que você vai tirar de uma região que já é muito conturbada, que é a região do Cemitério do Caju. E na Avenida Portuária, são cerca de 3 mil caminhões que vão deixar de circular na região da rodoviária, que vão conectar direto no Cais do Porto, melhorando a fluidez da Ponte”, completa Júlio Amorim.

O gerente de Operações garante que os motoristas não serão surpreendidos com interdições durante a obra. “Os usuários da Ponte não terão interferência. Talvez no momento de conexão, quando o viaduto estiver chegando já na Ponte, talvez precise fazer algumas intervenções, mas vamos trabalhar para evitar isso, já que mais de 90% da obra é feita fora”, explica.

Menos desapropriações

Júlio explica ainda que foi preciso realizar um minucioso estudo para reduzir o impacto social durante a obra. “O trajeto original, inicialmente previsto no contrato, foi alterado para reduzir o impacto social. Ali, teríamos cerca de 300 desapropriações, que conseguimos reduzir para 10. Além de uma questão que teríamos que movimentar cerca de 2 mil gavetas e túmulos do cemitério do Caju. Nós estudamos um novo trajeto.”

Durante o período de obras, a Ecoponte informa que será realizada uma compensação ambiental para não afetar o meio ambiente. De acordo com o porta-voz da concessionária, serão plantadas aproximadamente mil árvores ao longo das obras.

O projeto

O projeto prevê um viaduto com 2.500 metros de extensão saindo da Ponte na chamada Reta do Cais. Com altura variando entre 5,5 m e 12 m, a estrutura passará sobre a linha férrea do Porto do Rio, cobrirá parte do terreno do Arsenal de Guerra, seguirá beirando o Cemitério São Francisco Xavier e a Favela Parque Alegria e passará sobre a Rua Carlos Seixas, no Caju, até chegar à Linha Vermelha.

Serão duas faixas de rolamento, cada uma com 3,5m de largura em sentido único, que deverão aliviar o trânsito na saída da Ponte e no trecho do Caju na Avenida Brasil.

A Ecoponte começa também a construir a Avenida Portuária, via exclusiva para veículos de carga que seguem pela Avenida Brasil em direção ao Cais do Porto. Com 3,2 km de extensão, a Portuária terá 2,5 km de trecho compartilhado com a alça, sairá de Manguinhos e se estende até o portão 32 do Cais do Porto.

A via terá duas faixas de rolamento, sendo uma para cada sentido, e estimativa de tráfego de 2,6 mil veículos de carga por dia. Os investimentos para a construção da alça da Linha Vermelha e da Avenida Portuária são de cerca de R$ 450 milhões e as obras deverão ser realizadas até o segundo semestre de 2020.

Construção e inauguração

A ponte Presidente Costa e Silva, popularmente conhecida como Ponte Rio–Niterói, é uma ponte que atravessa a Baía de Guanabara, no estado do Rio de Janeiro. Ela conecta os municípios do Rio de Janeiro e Niterói.

Com altura máxima de 72 metros e aproximadamente 13km de extensão, a ponte começou a ser contruída no dia 23 de agosto de 1968 e só foi inaugurada no dia 4 de março de 1974.

Atualmente a Ponte Rio-Niterói recebe em média 150 mil carros diariamente na travessia. Em dias que antecedem grandes feriados, o fluxo de veículos pode passar dos 800 mil carros em 24 horas.

Fonte: www.g1.com.br