Balsa bateu em ponte e parte da estrutura de 23 metros de altura caiu. Não há confirmação sobre vítimas
Neste domingo, foram retomadas as buscas por possíveis vítimas da queda da terceira ponte da Alça Viária, no nordeste do Pará. Cerca de 30 militares do Corpo de Bombeiros atuam nas buscas, que começaram por volta de 6h30 da manhã. O local fica próximo à entrada do município de Acará, no nordeste do Pará, que fica a cerca de 60 km de Belém. O acidente aconteceu na madrugada de sábado (6). De acordo com o governo do estado, os trabalhos serão mantidos até que eventuais vítimas sejam localizadas.
O acidente se deu quando uma balsa bateu na ponte. Ainda não está claro se de fato alguma pessoa ou carro caiu na água no momento da colisão.
No sábado, o governador do Pará, Helder Barbalho, assinou decreto que declara situação de emergência no local em que ocorreu o acidente.
Investigações
Oito pessoas foram ouvidas pela Polícia Civil neste sábado (6) no inquérito que apura as investigações sobre o caso. Quatro depoimentos são de tripulantes da balsa, incluindo auxiliares e o piloto da embarcação.O proprietário da embarcação foi identificado e será notificado durante instauração do Inquérito de Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN). Outras três pessoas ouvidas são vigilantes de uma obra que estava realizando reparos na estrutura da ponte.
O conteúdo dos depoimentos não foi divulgado pela Polícia Civil, ninguém foi preso e não há mais oitivas agendadas.
A polícia afirma que espera os laudos para apurar as causas da colisão. O inquérito tem até 30 dais para ser encerrado, mas pode ser prorrogado por mais 30 dias, caso os investigadores solicitem.
Ualame Machado, Secretário de Estado de Segurança Pública do Pará, diz que as investigações devem apurar tanto os fatos quanto a possibilidade de riscos de danos ambientais.
O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) abriu inquérito para apurar o caso e a Capitania dos Portos também afirma que o proprietário da balsa que causou o acidente deve responder inquérito, pois, além de problemas com a documentação da embarcação, também possuía multa pendentes e não deveria estar navegando.
Entenda
De acordo com a Capitania dos Portos, a embarcação colidiu com um dos pilares de sustentação da ponte e causou o desabamento de cerca de 200 metros da estrutura, que possuía 860 metros de comprimento e 23 de altura. Com a batida, quatro pilares caíram. A Capitania interditou a área de navegação sob a ponte Moju-Alça, por apresentar riscos à navegação.
A ponte está localizada no quilômetro 48 da rodovia estadual PA-483 e liga a Região Metropolitana de Belém ao Nordeste do Estado do Pará.
Pessoas pediram por socorro
“Pessoas gritaram socorro, socorro”, conta Adriana Lameira, que vive as margens do rio Moju com a família. Grávida, ela diz que chegou a ver o momento em que caiu dentro do rio parte da estrutura da terceira ponte da Alça Viária, que liga Belém a cidades do nordeste do Pará.
“Até falei assim para meu esposo: ‘acho que caiu algum carro’. Porque na hora que caiu, eu sai e vi uma luz de um carro em cima da ponte e um caminhão que ia. O caminhão ficou pertinho, mas não caiu”, conta a ribeirinha.
Vagner Carvalho, marido de Adriana, diz que o barulho foi o que chamou a atenção no momento do acidente. “Parecia um efeito dominó, um caindo sobre o outro. Parecia uma cobra quando está se movendo. Foi muito feio. O barulho, muito alto.”
Adriana reforça ainda que o choque entre balsas que passam pelo local e a estrutura da ponte são comuns. “Ela é sinalizada, mas não adianta de nada. Porque todo tempo tem balsa batendo. De dia, de noite”.
Buscas no local
Foram os ribeirinhos da região que resgataram os cinco tripulantes do comboio formado por um empurrador e por uma balsa, que colidiram contra a ponte neste sábado (6). Os tripulantes não estavam feridos. Eles e três vigilantes que trabalhavam em uma obra realizando reparos na estrutura da ponte foram ouvidos pela Polícia Civil. O conteúdo dos depoimentos não foi divulgado, ninguém foi preso e não há previsão de novas oitivas.
Por volta das 18h40, foram interrompidas as buscas pelas vítimas do acidente, devido a correnteza na região, que ofereciam risco aos agentes e mergulhadores. Mas são mantidas no local as equipes da Marinha, Polícia Militar e Bombeiros.
“Os indícios apontam que os veículos estão no leito principal do rio. E o rio é profundo. A correnteza é extensa e isso causa instabilidade para os mergulhadores. Nossa visibilidade é zero, então precisamos ter muito cuidado”, explica Reginaldo Pinheiro, comandante operacional do Corpo de Bombeiros no local.
Fonte: Portal G1