Concessionária anuncia início de obras na Serra das Araras, mas será que começa?
SERÁ QUE COMEÇA? Concessionária CCR RioSP anuncia início de obras na Serra das Araras para o ano que vem. Mas será que começa mesmo? Foto: Divulgação

Anuncias há décadas, o início da obra de duplicação da Serra das Araras, na Via Dutra, já foi prometida diversas vezes

Pela enésima vez é anunciado o início das obras de duplicação da Serra das Araras, na Via Dutra (BR-116). desta vez, a concessionária responsável informou que os trabalhos começam em 2024. Mas, promessa de obra não significa que vai ocorrer; muito menos anúncio de início de obras significa que a obra será feita.

Segundo a concessionária responsável, durante uma audiência pública realizada nesta segunda-feira (27), no auditório do Sest/Senat, em Barra Mansa (RJ), a nova pista terá quatro faixas em cada sentido, permitindo velocidade máxima de 80 km/h no trecho. A pista de subida deve ser finalizada em 2028 e em 2029, a de descida. Além disso, haverá implantação de viadutos, passarelas e novas faixas na região. Os serviços começam em Itatiaia e Resende, em 2025.

Há anos, o Estradas vem alertando a sociedade sobre essa falsa promessa. Em dezembro de 2016, matéria publicada pelo portal, mostrou que a concessão da rodovia Presidente Dutra havia completado 20 anos no dia 31 de outubro, e para ” comemorar” a data o grupo CCR, que controlava a via, e ainda controla (após ter vencido o leilão para a novo período de concessão), investiu em Informes Publicitários para falar do trabalho que realizou nos últimos 20 anos com o dinheiro arrecadado no pedágio.

Ainda conforme o Estradas, um dos objetivos da publicidade era o de tentar prorrogar a concessão da rodovia para fazer a prometida e obrigatória obra da nova pista de descida da Serra das Araras. E conseguiu! Afinal, a CCR RioSP vai controlar a Via Dutra e também a Rio-Santos até 2051, conforme prevê o novo contrato de concessão.

Entretanto, esse início de obras foi adiado por vários “motivos” contando sempre com a tolerância da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), órgão do Ministério dos Transportes que tem a obrigação de fiscalizar o cumprimento dos contratos. Tais justificativas são, no mínimo, questionáveis.

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