A SP-280 foi a primeira rodovia brasileira que utilizava padrões das melhores estradas da Europa e EUA

Um novo projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) propõe a mudança do nome da rodovia SP-280, atualmente chamada Castello Branco, para Eunice Paiva. A iniciativa é de deputado do PSOL de São Paulo.

A proposta busca substituir a homenagem ao ex-presidente Humberto Castello Branco, primeiro governante do regime militar brasileiro, pelo nome de Eunice Paiva, advogada e ativista dos direitos humanos. Eunice foi esposa do engenheiro e ex-deputado federal Rubens Paiva, desaparecido durante a repressão nos anos 1970.

A proposta ganhou repercussão após o filme “Ainda Estou Aqui”, que retrata a história da família Paiva, vencer o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro na última premiação. Esta foi a primeira vez que o Brasil levou a estatueta nessa categoria.

Na avaliação do Coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, é mais um projeto oportunista. “Em que pese a importância histórica da advogada Eunice Paiva, este tipo de projeto não traz nenhuma contribuição para a redução de mortos e feridos nas estradas. Verificamos todos os projetos do deputado responsável pela ideia e não econtramos nenhum pertinente ao tema trânsito. A mudança do nome de uma rodovia causa inúmeros transtornos a todos que tem alguma propriedade naquela via, todos os estabelecimentos comerciais, sem contar aos condutores. Fora o gasto inútil com mudanças de placas e sinalização. Seria mais útil um projeto que proíba dar nomes de personagens políticos nas rodovias. Basta SP-280, no caso da Castello Branco. Assim evitaremos essas mudanças oportunistas, conforme o grupo político que está no poder.”

Rodovia SP-280 e sua história

Com 318 km de extensão, a Rodovia SP-280 liga a Grande São Paulo à região central do estado, passando por cidades como Itu e Sorocaba. Desde sua inauguração, carrega o nome do ex-presidente Castello Branco mas é popularmente conhecida como Castello.

  • A construção da rodovia começou no início dos anos 1960 e sua inauguração ocorreu em 10 de novembro de 1968.
  • Foi a primeira rodovia do Brasil a ser construída nos padrões modernos de autopista, inspirada em rodovias dos Estados Unidos e Europa.
  • Seu traçado buscou melhorar a ligação entre a Região Metropolitana de São Paulo e o interior do estado, facilitando o transporte de cargas e passageiros.

4 COMENTÁRIOS

  1. Que absurdo essa reportagem, o que uma coisa tem a ver com a outra. Vocês deviam endossar o fim de homenagens a torturadores! Pessoas de direita sempre arrumando desculpa para serem escrotas!

    • Não endossamos desperdício de recursos públicos para simples oportunismo político. A história da Eunice Paiva tem foro adequado para receber homenagens. Querem tirar o nome do Castello Branco por razões políticas, podem fazê-lo. Não nos importa mas deixem apenas SP-280. O resto é demagogia pura.

  2. Acho que eu criaria uma lei para que toda rodovia não tivesse nome de pessoa como homenagem justamente para evitar conflitos políticos. Creio que em outros países é nessa linha, dado que é até mais fácil identificar uma rodovia só pelo sistema de nomenclatura e com isso até sistemas de texto para fala apenas falam por exemplo “SP-280”, que agiliza na hora de informar via GPS o destino de algo.

    No entanto, a mudança de nome é justa, dado que na época da ditadura, militares muitas vezes permitiram a construção de vias sem o devido cuidado ao trabalhador, sem respeito a vida do profissional braçal. Fora obviamente os problemas causados pela corrupção do poder militar nesta época. Quem sofreu não esquece e deseja correções, e neste caso a mudança de nome da rodovia não funciona só como uma homenagem, mas também como força de poder de quem antes era oprimido por corruptos e criminosos que se diziam patriotas.

    • Exatamente o que defendemos. Cada mudança de nome representa custo na sinalização e gera muitos transtornos para todos que possuem endereço na rodovia. Sejam simples propriedades privadas como estabelecimentos comerciais e órgãos públicos.

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