
De janeiro a dezembro, foi registrado o maior índice de apreensão da história, de acordo com levantamento da Polícia Rodoviária federal (PRF)
Mais de 850 toneladas de drogas foram apreendidas nas rodovias federais brasileiras, em 2024, de acordo com o balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), nesta segunda-feira (13).
De acordo com a Corporação, dentre as drogas apreendidas, a maioria é maconha e anfetamina, seguida pela cocaína. A quantidade de maconha e cocaína apreendida representa elevação de 21,29% em relação a 2023 (700,34 toneladas).
Além de maconha e cocaína, a PRF retirou de circulação 1,63 tonelada de crack e mais de 859 mil unidades de anfetamina, maior índice de apreensão dessa droga na história.
Segundo o levantamento, as apreensões de maconha representam o maior volume dentre as drogas apreendidas nas rodovias federais. O entorpecente soma 808 toneladas, 23,23% a mais do que em 2023. Os estados do Paraná (276,71 toneladas) e do Mato Grosso do Sul (257,83 toneladas) lideram o ranking das apreensões.

A alta nos números, pelo segundo ano consecutivo, se explica por diversas razões, como: o modelo de fiscalização, com a análise de risco orientada pela inteligência, o monitoramento constante das principais rotas e a integração com outras forças de segurança federais e estaduais.
Segundo a Corporação, os resultados não se resumem simplesmente à robustez dos números, mas refletem maior eficiência na atividade policial: o uso de tecnologias e aprimoramento da inteligência artificial, a troca de informações entre os órgãos e a experiência adquirida pelos policiais são convertidos em mais assertividade e segurança nas abordagens.

Mato Grosso do Sul e Paraná lideram
Líderes no ranking acumulado do ano, Paraná e Mato Grosso do Sul também registraram as maiores apreensões únicas em 2024. Em maio e em setembro, duas ocorrências no estado do sul-mato-grossense resultaram na apreensão de 54 toneladas (26 toneladas em Iguatemi e 28 toneladas em Amambaí). Em novembro, em Iguaraçu (PR), foram descobertas 20 toneladas da droga em uma carreta bitrem.
Outro recorde histórico registrado no ano passado está na apreensão de anfetaminas, como o “rebite”, utilizado por alguns motoristas para inibir o sono e permitir que eles dirijam por mais tempo.
No ano passado, a PRF apreendeu 859.694 unidades da droga em todo o país, mais que o triplo do ano anterior. Os estados que lideram as estatísticas são Goiás, onde foi realizada uma operação conjunta com o Ministério Público do estado, em dezembro do ano passado, e Bahia.
Em 2024, a PRF retirou de circulação 41,4 toneladas de cocaína, droga de maior valor agregado para o tráfico. Em comparação com 2023, o índice caiu 7,9%, quando foram apreendidas 44,9 toneladas da droga. As apreensões de cocaína se concentram nos estados do Mato Grosso do Sul, do Mato Grosso e do Paraná.
Os estados do Paraná, do Rio Grande do Sul e do Maranhão tiveram maior quantidade de crack. No total, a PRF apreendeu 1,634 tonelada da droga em 2024. Em comparação com 2023, quando foram apreendidas 1,96 toneladas da droga, o índice caiu 16,7% no ano passado.

De acordo com o diretor-geral da PRF, Fernando Oliveira, a crescente nas apreensões está relacionada a uma evolução qualitativa do efetivo e na melhoria dos procedimentos de policiamento: “A experiência do dia a dia conta e é importante, mas não dispensa a atualização frequente com os treinamentos voltados para a capacitação do efetivo policial“, disse.
Segundo Oliveira, somado ao investimento na qualificação, há o aporte em tecnologias e equipamentos que dão suporte aos inspetores: “Não há como falar em eficiência da atividade policial sem o uso da tecnologia e do serviço de inteligência, que possibilitam aos policiais atuarem nas rodovias federais de forma eficaz no combate ao tráfico de drogas”.