As conclusões do inquérito, que buscava apurar as causas do acidente entre um caminhão, ônibus escolar e automóvel, em 19 de fevereiro deste ano, na SC-350, em Caçador , Santa Catarina, que resultou na morte 03 pessoas e ferimento em 47 , comprovou que o caminhoneiro havia utilizado cocaína e rebite e estava em excesso de velocidade.

A investigação contou com oito perícias, imagens de uma câmera de segurança,  e depoimentos de 20 testemunhas. O resultado do laudo cadavérico apontou que o motorista do caminhão, Danilo de Souza Kubis, de 24 anos, fez uso de cocaína e clobenzorex (rebite), substâncias que atuam no sistema nervoso.  Ele foi considerado responsável pela morte do motorista do ônibus e uma jovem de 21 anos que faleceu três dias depois.

Ainda de acordo com o Delegado, momentos antes do acidente o caminhão estava parado em um posto e rodou cerca de 2,5 km, onde alcançou a velocidade de 104 km/hora e colidiu a 45 km/hora.

Nas imagens da câmera de segurança de uma empresa, que fica instalada nas proximidades do local do acidente, é possível ver um automóvel que também se envolveu na colisão. A conclusão da investigação aponta que o condutor do caminhão estava acima da velocidade e se deparou com o carro transitando na via, quando tentou realizar uma ultrapassagem sem discernimento do tempo necessário para completar a manobra.

O Delegado Fabiano Locatelli explica o acidente:

– O caminhão abriu para fazer a ultrapassagem na reta da ponte, pelas circunstâncias, pelos sinais de frenagem, pela velocidade, enfim tudo aquilo que a gente conseguiu reunir nessa investigação. A conclusão nossa é que o caminhão vinha em velocidade superior, pelos discos de tacógrafo a gente pode verificar que em torno de 88km/hora, quando ele virou a curva e se deparou com o Fiat Palio na frente, com velocidade inferior, ele abriu para fazer a ultrapassagem acabou colidindo na lateral traseira do carro e logo a frente colidiu frontalmente com o ônibus – , esclareceu Locatelli.  Ele estava conduzindo o veículo com sua capacidade psicomotora alterada em razão da influência de substância psicoativa – no caso Clobenzorex (substância encontrada em medicamentos conhecidos popularmente por “rebites”), cocaína e Benzoilecgonina. Segundo depoimentos de algumas pessoas que testemunharam o acidente,  ninguém entendeu como o motorista não percebeu o ônibus transitando no sentido oposto. Locatelli acredita que a influência da droga foi o fator principal do acidente.

O caminhão tinha placa de Vila Velha no Espírito Santo e transportava tomates. Provavelmente o motorista estava usando drogas para suportar a viagem sem dormir, em função da carga ser altamente perecível.

Adiamento dos exames toxicológicos

O acidente em questão comprova a irresponsabilidade do Contran, comandado pelo Denatran, ao adiar do início dos exames toxicológicos dos motoristas profissionais para 01 de janeiro de 2016, contrariando  inclusive a legislação em vigor. Quantas pessoas precisarão morrer para que o Denatran cumpra suas obrigações?

Fonte: Diário de Caçador e Estradas.com.br