Estado de São Paulo está negociando com a União reembolsos pelos valores que deixou de arrecadar com a suspensão da cobrança de pedágio sobre eixo suspenso e também pelos gastos que tem tido para atender, no sistema público de saúde, moradores de outros Estados do País, afirmou nesta sexta-feira, 19, o governador Márcio França (PSB). A ideia, segundo ele, é conseguir abatimentos nos pagamentos da dívida paulista com a União, que ficam em torno de R$ 1,3 bilhão por mês.

“Ainda hoje (sexta) procurarei o presidente (Michel) Temer para reforçar a necessidade de que, como houve uma medida provisória que estabeleceu que os caminhões com eixo suspenso não pagassem pedágio – portanto, foi imposição de legislação federal -, é evidente que a União tem que se responsabilizar por esse valor, que é de R$ 50 milhões a 60 milhões todo mês”, disse França, em coletiva de imprensa após a venda da Companhia Energética de São Paulo (Cesp).

Conforme o governador, o Estado quer ainda que a União conceda abatimentos da dívida por causa dos gastos que tem com o atendimento de saúde pública a moradores de outros Estados. De acordo com França, são “milhares” que vêm se tratar em São Paulo por não terem serviços de melhor qualidade em seus Estados. “Por exemplo, no Dante Pazzanese, estamos com quase 25%, no HC, com 14% a 16%, de pessoas de outros Estados”, comentou.

“É nossa obrigação atender todos os brasileiros, o Sistema Único de Saúde é para o Brasil inteiro. Mas isso está tomando uma proporção que eu gostaria muito que o presidente pudesse pensar em uma alternativa que permitisse que descontássemos da dívida esse valor que usamos na saúde pública”, destacou. Questionado sobre o tamanho dos dispêndios, França afirmou que o Estado ainda está calculando, mas são “significativos”.

França, que concorre ao governo paulista com João Doria (PSDB) no segundo turno, comemorou ainda a concretização da venda da Cesp e apontou que o sucesso de concessões e privatizações demanda experiência na administração pública. “É preciso ter cuidado, ser especialista na gestão pública para produzir as soluções para isso. Quando não se conhece como faz, não se monta a equação adequada”, disse.

Márcio França observou ainda que o calendário eleitoral dificulta o andamento de novos projetos no setor de infraestrutura até o fim deste ano. “Naturalmente, para fazer qualquer processo, é preciso saber qual é a direção do Estado, se vai tratar as coisas com mais consistência, ou fazer as coisas (de modo) mais superficiais”, destacou, afirmando que dará continuidade à agenda do setor se continuar na direção do Estado.

Fonte: www.em.com.br