
Denúncia foi por tentativa de homicídio e homicídio com dolo eventual. Sinistro ocorreu em 21 de outubro
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou o motorista, Felipe Alexandre Gonçalves, de 32 anos, e seu pai e proprietário do ônibus, Alexandre Henriques Camelo, 56 anos, por conta do grave sinistro (acidente) ocorrido em 21 de outubro na BR-070, que resultou em cinco mortes e 18 feridos.
No dia do sinistro, o ônibus Mercedes-Benz, da empresa Iristur Transportes e Turismo Ltda., foi abordado pela equipe de fiscalização da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) no posto da PRF na BR-070 em Ceilândia(DF). O proprietário da empresa foi ao local e seu filho assumiu o volante. A equipe da ANTT acompanhava o ônibus até o terminal rodoviário de Taguatinga (DF) onde seria feito o transbordo dos passageiros e apreensão do ônibus.
Neste momento, segundo relato apurado pelo Estradas, o proprietário colocou sua caminhonete a frente do veículo da ANTT e teria ordenado ao filho que tentasse a fuga. O rapaz perdeu o controle do ônibus, colidiu com o veículo e tombou.
Segundo a denúncia do MP, Felipe assumiu o risco de morte ao “fugir da fiscalização da ANTT sob condições de tempo desfavoráveis, já que chovia” no momento em que o ônibus tombou. Conforme o Ministério Público, pai e filho estavam “cientes da realização do transporte irregular”.
Os promotores afirmam que Alexandre Henriques Camelos também colocou em risco a vida dos passageiros “pois auxiliou Felipe a desobedecer a ordem dos servidores da ANTT” e fugir com o ônibus que seria apreendido.
O Ministério Público também considerou dois agravantes para os crimes de homicídio: o emprego de meio que resultou em perigo comum, já que a fugir da fiscalização, pai e filho colocaram mais pessoas em risco, e a BR-070 ser uma rodovia bastante movimentada.
Os promotores dizem ainda “motivo torpe”: apenas para evitar a apreensão do ônibus. O MP pede que, em caso de condenação, Felipe e Alexandre indenizem os familiares das vítimas pelos danos sofridos e que a carteira de habilitação dos dois seja cassada. Ao todo, 18 pessoas foram ouvidas no inquérito enviado ao Ministério Público.
Boletim
De acordo o boletim mais recente divulgado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) nessa quinta-feira (23), nenhuma vítima do ônibus que tombou está internada em hospitais geridos pelo instituto.
Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), todos os pacientes que foram atendidos nas unidades geridas pela pasta já tiveram alta.
O sinistro